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RÉPLICA
Opiniões e conclusões
WARDE MARX
ESPECIAL PARA A FOLHA
Sempre achei que a opinião de
um crítico fosse apenas isso:
uma opinião. Nem me daria ao
trabalho de responder se a crítica
(Ilustrada, pág. E4, de 21/10) não
atacasse a credibilidade de várias
pessoas, além da minha.
O livro, lançado como biografia
de Maria Della Costa, conta a história da atriz e de seu teatro, tendo
como pano de fundo os primeiros
três quartos do século 20. Era uma
dissertação de mestrado, defendida na USP, orientada por Marco
Antônio Guerra e examinada por
Mary Enice Ramalho Mendonça e
Iná Camargo Costa. Todos gozam
de sólida reputação acadêmica e
investigaram profundamente as
pesquisas que fiz e as conclusões a
que cheguei, acabando por aprovar-me com distinção e louvor.
O crítico sabe o que é uma dissertação dessas: nenhuma afirmação pode ser feita sem estar apoiada em fonte anterior. Conjeturas e
opiniões pessoais do pesquisador
devem ser declaradas como tais.
O crítico pode não aprovar a maneira como decidi relatar os fatos
ou interpretá-los; dizer que estão
errados requer prova.
No início do livro (pág. 9), aviso
que não vou narrar trajetórias separadas, mas tecer com elas uma
trama, pois não há fatos isolados.
Por isso é errado dizer que deixo a
biografada "para uma longa digressão". Digo, com todas as letras, o porquê de cada parada ou
avanço, sem desvios inúteis. Diz
que fui ambicioso, pela quantidade de informações e pelo período
extenso tratado. Chamo a isso informar o leitor acerca de um contexto muito turbulento, dando-lhe a idéia, tanto quanto possível,
do ritmo e dos fatos desse período. Portanto, falando do modernismo, não há atropelo, caricatura ou equívocos.
Discordar dos pontos que saliento qualquer pessoa pode, até
um crítico. Mas apontar algo como erro só por discordar... Elaborei um inédito quadro comparativo com a produção teatral paulistana de sete empresas, de 1948 a
1974, acusado de conter "várias
omissões e imprecisões". Ora, ele
foi criado a partir de informações
extraídas de obras que relatam a
história de cada companhia.
Também não pretendi fazer a
"análise" do repertório de Maria,
mas sua crônica, sem prometer
ou oferecer mais do que informações e comentários, ainda que
breves, que é o que está escrito
(pág. 157)! O texto não tenta fugir
ao academicismo, foi escrito assim mesmo, é meu estilo, como
prova minha dissertação, que está
na biblioteca da ECA-USP. Lá estão índice, referências e farta bibliografia. A editora poderá explicar por que não os publicou.
Também ficou de fora um prefácio em que meu orientador explica que o trabalho, apesar do rigor científico ali embutido, foi feito com paixão, pois é como entendo que se deva tratar tudo em teatro, como atestarão meus atuais e
ex-alunos. No mais, mantenho as
informações publicadas.
Warde Marx é autor de "Maria Della
Costa - Seu Teatro, Sua Vida" (Imprensa
Oficial do Estado)
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