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ENTRELINHAS
Ação e reação
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Agir não é apenas um verbo
intransitivo. Agir é o nome de
uma das casas editoriais mais
tradicionais do país, mas que
andava meio fora de ação.
No mês que vem, depois de
mais de uma década errante, a
editora volta ao movimento em
grande estilo. No primeiro dia
de dezembro, a Agir será relançada com uma festa e a publicação de seis livros.
"Toda Crônica", de Lima Barreto, é o "abre-alas". Organizado por Rachel Valença e Beatriz
Resende (que vai dirigir a volta
da histórica coleção "Nossos
Clássicos"), o livro reunirá 435
crônicas em dois volumes.
Também saem na primeira
fornada edição de luxo de "Auto
da Compadecida", de Ariano
Suassuna, "Lições de Abismo",
de um dos fundadores da Agir,
Gustavo Corção, romances de
Flávio Moreira da Costa e de Daniela Abade e a coletânea de jovens contistas "Paralelos".
"Vamos privilegiar autores
brasileiros. Não usaria jamais as
palavras tradição e renovação,
mas a idéia é essa", diz o editor
da Agir, Paulo Roberto Pires.
HONRA AO MÉRITO
Ótimas novas aos escribas
brasileiros. Desativado desde
1997, o histórico Prêmio Nestlé
de Literatura voltará em 2005.
A Fundação Nestlé de Cultura
ainda decide o regulamento,
mas já decidiu que será
vinculado ao projeto "Viagem
Nestlé", para estudantes, ativo
desde 1999. O vencedor
ganhará dinheiro e tiragem de
30 mil exemplares.
CASTANHOLAS
O gigante editorial espanhol
Santillana, dono da brasileira
Moderna, marcou para o ano
que vem a implantação de um
braço "de ficção adulta". Um
alto dirigente da empresa disse
que ou o grupo usará seu selo
espanhol Alfaguara ou o de
alguma parceira brasileira.
CIDADÃO KANE
O centenário de Roberto
Marinho não terá só o livro de
sua viúva Lily, lançado na
semana que vem. A editora
Jorge Zahar corre para tirar do
forno para 1º/12 o livro
"Roberto Marinho", de Pedro
Bial, resultado de pesquisas
com 4.000 documentos.
AMPULHETA
Outra corrida contra o
relógio: a Planeta antecipou
para este mês, por motivos
óbvios, a edição da biografia
"Arafat: O Irredutível", de
Amnon Kapeliouk.
@ - elek@folhasp.com.br
FORA DA ESTANTE
OK, o estilo de Robert
Coover não é de levar os leitores brasileiros a uma corrida "paulocoelhina" às livrarias. OK, os temas de Robert
Coover (entre eles política
americana e Velho Oeste)
também não iriam bem para
as manadas nacionais. OK,
Robert Coover não é texto
para ser traduzido por qualquer cristo que conheça o
verbo "to be". Ainda assim,
o americano de 72 anos, um
dos mentores dos "pós-modernistas", merecia um cantinho a mais que fosse de
nossas estantes. O autor já
teve uma edição em português, o menor "Espancando
a Empregada", mas faltam
aqui suas duas obras principais: "The Universal Baseball Association" (no qual
um homem gerencia imaginariamente toda uma liga de
times de beisebol) e "The
Public Burning" (crítica ácida à ideologia americana
que tem como um de seus
protagonistas o Tio Sam).
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