São Paulo, sábado, 06 de novembro de 2004

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ENTRELINHAS

Ação e reação

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Agir não é apenas um verbo intransitivo. Agir é o nome de uma das casas editoriais mais tradicionais do país, mas que andava meio fora de ação.
No mês que vem, depois de mais de uma década errante, a editora volta ao movimento em grande estilo. No primeiro dia de dezembro, a Agir será relançada com uma festa e a publicação de seis livros.
"Toda Crônica", de Lima Barreto, é o "abre-alas". Organizado por Rachel Valença e Beatriz Resende (que vai dirigir a volta da histórica coleção "Nossos Clássicos"), o livro reunirá 435 crônicas em dois volumes.
Também saem na primeira fornada edição de luxo de "Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna, "Lições de Abismo", de um dos fundadores da Agir, Gustavo Corção, romances de Flávio Moreira da Costa e de Daniela Abade e a coletânea de jovens contistas "Paralelos".
"Vamos privilegiar autores brasileiros. Não usaria jamais as palavras tradição e renovação, mas a idéia é essa", diz o editor da Agir, Paulo Roberto Pires.

HONRA AO MÉRITO
Ótimas novas aos escribas brasileiros. Desativado desde 1997, o histórico Prêmio Nestlé de Literatura voltará em 2005. A Fundação Nestlé de Cultura ainda decide o regulamento, mas já decidiu que será vinculado ao projeto "Viagem Nestlé", para estudantes, ativo desde 1999. O vencedor ganhará dinheiro e tiragem de 30 mil exemplares.

CASTANHOLAS
O gigante editorial espanhol Santillana, dono da brasileira Moderna, marcou para o ano que vem a implantação de um braço "de ficção adulta". Um alto dirigente da empresa disse que ou o grupo usará seu selo espanhol Alfaguara ou o de alguma parceira brasileira.

CIDADÃO KANE
O centenário de Roberto Marinho não terá só o livro de sua viúva Lily, lançado na semana que vem. A editora Jorge Zahar corre para tirar do forno para 1º/12 o livro "Roberto Marinho", de Pedro Bial, resultado de pesquisas com 4.000 documentos.

AMPULHETA
Outra corrida contra o relógio: a Planeta antecipou para este mês, por motivos óbvios, a edição da biografia "Arafat: O Irredutível", de Amnon Kapeliouk.

@ - elek@folhasp.com.br

FORA DA ESTANTE

OK, o estilo de Robert Coover não é de levar os leitores brasileiros a uma corrida "paulocoelhina" às livrarias. OK, os temas de Robert Coover (entre eles política americana e Velho Oeste) também não iriam bem para as manadas nacionais. OK, Robert Coover não é texto para ser traduzido por qualquer cristo que conheça o verbo "to be". Ainda assim, o americano de 72 anos, um dos mentores dos "pós-modernistas", merecia um cantinho a mais que fosse de nossas estantes. O autor já teve uma edição em português, o menor "Espancando a Empregada", mas faltam aqui suas duas obras principais: "The Universal Baseball Association" (no qual um homem gerencia imaginariamente toda uma liga de times de beisebol) e "The Public Burning" (crítica ácida à ideologia americana que tem como um de seus protagonistas o Tio Sam).


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