São Paulo, segunda-feira, 06 de novembro de 2006

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Crítica

Spielberg expõe a pequenez do ser humano

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No cinema de Steven Spielberg, a ciência é um conhecimento limitado. Mesmo munida de suas tecnologias, ela não consegue, por exemplo, compreender tudo, como vemos ao final de "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" (77), quando os cientistas assistem embasbacados ao show dos aliens.
Tal ceticismo de Spielberg à ciência se junta, agora, a um olhar sem a inocência de antes. Daí seus filmes recentes não se renderem mais à fantasia juvenil, como está claro na sua obra-prima, "Munique".
E o painel que o cineasta traça no anterior, "Guerra dos Mundos" (Telecine Premium, 19h50), é ainda mais aterrador. Não necessariamente pelo conhecimento humano não conseguir barrar a invasão alienígena, mas porque esse ataque é como um fenômeno "meteorológico", da natureza, e o homem com sua ciência não consegue compreendê-lo, apenas assisti-lo, perplexo.
E (aqui está o terror) dentro de uma lógica enigmática, quase divina, que o faz tão relevante quanto uma mosca.


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