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Crítica
Spielberg expõe a pequenez do ser humano
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No cinema de Steven Spielberg, a ciência é um conhecimento limitado. Mesmo munida de suas tecnologias, ela não
consegue, por exemplo, compreender tudo, como vemos ao
final de "Contatos Imediatos
do Terceiro Grau" (77), quando
os cientistas assistem embasbacados ao show dos aliens.
Tal ceticismo de Spielberg à
ciência se junta, agora, a um
olhar sem a inocência de antes.
Daí seus filmes recentes não se
renderem mais à fantasia juvenil, como está claro na sua
obra-prima, "Munique".
E o painel que o cineasta traça no anterior, "Guerra dos
Mundos" (Telecine Premium,
19h50), é ainda mais aterrador.
Não necessariamente pelo conhecimento humano não conseguir barrar a invasão alienígena, mas porque esse ataque é
como um fenômeno "meteorológico", da natureza, e o homem com sua ciência não consegue compreendê-lo, apenas
assisti-lo, perplexo.
E (aqui está o terror) dentro
de uma lógica enigmática, quase divina, que o faz tão relevante quanto uma mosca.
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