São Paulo, sexta, 6 de novembro de 1998

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Promotoria investiga "Leão Livre'

DANIEL CASTRO
da Reportagem Local

Depois do "Programa do Ratinho", do SBT, acionado na Justiça por suposto desrespeito aos valores éticos e sociais, os alvos do Ministério Público agora são o "Leão Livre" e o telejornal policial "Cidade Alerta", da Record.
A decisão foi anunciada ontem pelo promotor Clilton Guimarães dos Santos, 40, após apresentar a proposta de ação civil pública contra o SBT e o "Programa do Ratinho". A ação foi encaminhada ontem ao Judiciário.
O promotor quer verificar se o "Leão Livre" comete os mesmos abusos que o "Programa do Ratinho", como a exposição de deficientes e a promoção de brigas o que desobedece o artigo 221 da Constituição, que prevê que a programação das emissoras deve respeitar valores éticos e sociais.
Santos também vai investigar se o "Leão Livre" apresentava histórias forjadas. Na última sexta, a Folha revelou que a camelô Vilma Maria Barbosa da Silva, 27, foi ao "Leão Livre", em 9 de setembro, interpretar o papel de uma lojista em conflito com ambulantes.
Para a Record, a farsa foi um caso isolado. Atílio Riccó, diretor do "Leão Livre", disse que "não tem nada a esconder".
Conforme antecipou a Folha anteontem, ação civil contra o "Programa do Ratinho" pede indenização de R$ 35 milhões por danos morais coletivos e sugere, como pena alternativa, que o SBT exiba, durante dois anos e em dias alternados, 30 minutos de programação educativa, em horário nobre. A íntegra da ação pode ser encontrada no site da revista "Consultor Jurídico" (http://cf3.uol.com.br:8000/consultor/index.cfm).
O promotor Clilton dos Santos também pede que o Judiciário conceda liminar proibindo o programa de exibir brigas, discussões e deficientes. Se o juiz que cuidar do processo aceitar as alegações do promotor, o "Programa do Ratinho" pode, a curto prazo e temporariamente, ser proibido de exibir brigas e deficientes, antes do julgamento final da ação.
A multa pedida pelo desrespeito a essa determinação é de R$ 100 mil. Américo Furiatti, supervisor-geral do "Programa do Ratinho" não quis comentar a ação.
Em comunicado exibido desde ontem à noite, a Record acusa Silvio Santos de não pagar suas dívidas com os funcionários da Tupi e a multa pela rescisão do contrato de Ratinho, além de levantar suspeitas sobre a credibilidade da TeleSena e do Baú da Felicidade. Procurada, a direção do SBT não se manifestou sobre a acusação.



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