São Paulo, terça-feira, 06 de dezembro de 2005

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Feiras refletem globalização

DO ENVIADO A MIAMI

Feiras de arte, atualmente, pouco se diferenciam de grandes exposições internacionais. Nessa quarta edição da Basel-Miami Beach, como em todas bienais, expõem e circulam artistas que já inscreveram seu nome na história da arte, como Robert Rauschenberg, artistas com carreira ascendente, como o argentino Jorge Macchi, e jovens que buscam seu espaço, como os brasileiros Chiara Banfi e Felipe Barbosa.
Nos primeiros dias da feira norte-americana, aliás, a circulação de celebridades do mundo das artes é praticamente a mesma das bienais. Diretores de importantes museus como a Tate e o Museu de Arte Moderna de Nova York, curadores, colecionadores e gente que ganha carona no glamour. Até Luisa Brunet estava na feira.
O nítido aspecto comercial de um evento desse tipo tampouco se diferencia de uma bienal, já que em bienais como Veneza, as obras são vendidas de forma escancarada durante a abertura.
Obviamente, não há uma curadoria única, já que cada galeria expõe o seu time, mas a diversidade não deixa de ser outro trunfo de uma grande feira.
Por tudo isso, feiras como Basel-Miami Beach refletem bem o clima de globalização que as artes plásticas se submeteram, em suas cargas positivas e negativas.
O que impressiona é o excesso. Não há apenas uma feira, mas outras três paralelas: Nada, Pulse e Frisbee. Pouco se diferenciam da feira-mor, mesmo nos preços. Na Nada, abreviação de New Dealers Art Fair (feira de arte de novos negociadores), participa até a galeria brasileira A Gentil Carioca. "Fomos também convidados para a Basel-Miami Beach, mas achamos que esse local é mais adequado para nossas propostas", diz o galerista Marcio Botner.
O excesso, no entanto, vem da própria matriz, Basel-Miami Beach. A feira tem, além de 195 galerias no Centro de Convenções-sete delas brasileiras: Luisa Strina, Fortes Vilaça, Millan Antonio, Vermelho, Casa Triângulo e Raquel Arnaud-, uma extensa programação paralela, que inclui mostras de vídeo, performances, debates. Tudo realizado para ocorrer em apenas quatro dias, mas com orçamento de uma grande bienal, que em geral dura ao menos três meses. Potente e volátil são as duas faces mais visíveis de uma feira, assim como costumam ser as faces do dinheiro. (FC)


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