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Feiras refletem globalização
DO ENVIADO A MIAMI
Feiras de arte, atualmente, pouco se diferenciam de grandes exposições internacionais. Nessa
quarta edição da Basel-Miami
Beach, como em todas bienais,
expõem e circulam artistas que já
inscreveram seu nome na história
da arte, como Robert Rauschenberg, artistas com carreira ascendente, como o argentino Jorge
Macchi, e jovens que buscam seu
espaço, como os brasileiros Chiara Banfi e Felipe Barbosa.
Nos primeiros dias da feira norte-americana, aliás, a circulação
de celebridades do mundo das artes é praticamente a mesma das
bienais. Diretores de importantes
museus como a Tate e o Museu de
Arte Moderna de Nova York, curadores, colecionadores e gente
que ganha carona no glamour.
Até Luisa Brunet estava na feira.
O nítido aspecto comercial de
um evento desse tipo tampouco
se diferencia de uma bienal, já que
em bienais como Veneza, as obras
são vendidas de forma escancarada durante a abertura.
Obviamente, não há uma curadoria única, já que cada galeria
expõe o seu time, mas a diversidade não deixa de ser outro trunfo
de uma grande feira.
Por tudo isso, feiras como Basel-Miami Beach refletem bem o
clima de globalização que as artes
plásticas se submeteram, em suas
cargas positivas e negativas.
O que impressiona é o excesso.
Não há apenas uma feira, mas outras três paralelas: Nada, Pulse e
Frisbee. Pouco se diferenciam da
feira-mor, mesmo nos preços. Na
Nada, abreviação de New Dealers
Art Fair (feira de arte de novos negociadores), participa até a galeria
brasileira A Gentil Carioca. "Fomos também convidados para a
Basel-Miami Beach, mas achamos que esse local é mais adequado para nossas propostas", diz o
galerista Marcio Botner.
O excesso, no entanto, vem da
própria matriz, Basel-Miami
Beach. A feira tem, além de 195
galerias no Centro de Convenções-sete delas brasileiras: Luisa
Strina, Fortes Vilaça, Millan Antonio, Vermelho, Casa Triângulo
e Raquel Arnaud-, uma extensa
programação paralela, que inclui
mostras de vídeo, performances,
debates. Tudo realizado para
ocorrer em apenas quatro dias,
mas com orçamento de uma
grande bienal, que em geral dura
ao menos três meses. Potente e
volátil são as duas faces mais visíveis de uma feira, assim como
costumam ser as faces do dinheiro.
(FC)
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