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OUTRA FREQUÊNCIA
Lula pretende investir mais em rádio em 2004
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Fato: o governo Luiz Inácio
Lula da Silva considera o rádio essencial em sua estratégia de
marketing. Investiu no veículo
em 2003 e quer ampliar o orçamento para as emissoras em 2004.
O balanço da Secom (Secretaria
de Comunicação de Governo)
-que centraliza as verbas de publicidade do Planalto e das estatais- ficará pronto em fevereiro.
Mas, entre os executivos das principais emissoras de São Paulo, a
percepção é de que a participação
do rádio nos gastos com propaganda supera a de 2002.
Na Bandeirantes, por exemplo,
o governo e as estatais eram responsáveis por 4% do faturamento
em 2002. No ano passado, a participação subiu para 12%. Dentre os
principais anunciantes estão Petrobras, Correios, Banco do Brasil
e Caixa Econômica Federal.
Independentemente de cifras, o
que animou o setor foi a aproximação com a Secom e as promessas de investimento crescente.
Lula e sua equipe consideram
que as AMs e FMs e até as OCs
(ondas curtas) são indispensáveis
para chegar ao cidadão (leia-se
eleitor) das mais remotas regiões
do país. Diante disso, também há
a intenção de transformar em semanal o programa de rádio de Lula, "Café com o Presidente", hoje
quinzenal (o primeiro de 2004 vai
ao ar na próxima segunda-feira).
Segundo Caio Barsotti, subsecretário de publicidade da Secom,
o investimento em rádio é uma
determinação política do governo. Ele afirma que no primeiro
ano da gestão, a rádio esteve presente em todas as campanhas governamentais e que, em 2004, a
orientação de Lula é aprofundar
essa estratégia, produzindo cada
vez mais materiais publicitários
específicos para as emissoras.
Ele diz que, dessa maneira, Lula
consegue mais democratização
na mídia e fortalece sua comunicação com os brasileiros. "Quanto
mais conseguirmos combinar essas ações, melhor."
De acordo com Barsotti, o rádio
tem como desafio ampliar suas
informações sobre audiência
-um dos critérios adotados pela
Secom para distribuir a verba.
"Ainda existem muitas cidades
em que não há medição."
O Ibope informa que são pesquisadas regularmente nove capitais, e que outros 50 municípios
têm pesquisas de duas a quatro
vezes por ano.
Começaram anteontem as reformas do prédio da Rádio Nacional,
no centro do Rio. Reduto central
de artistas nas décadas de 40 e 50,
a sede da emissora (ligada à Radiobrás) está destruída por cupins
e goteiras. As obras terão um custo de cerca de R$ 820 mil, valor a
ser custeado pela Petrobras.
laura@folhasp.com.br
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