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TV PAGA
Vitalidade é trunfo do bom "Thelma e Louise"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É impressionante como os
americanos gostam de "Thelma e Louise", ainda hoje. Não há
menção ao filme que não o veja
como um acontecimento absolutamente revolucionário.
É um pouco demais. Existe, está
certo, a tradição do casal em fuga,
tipo Bonnie e Clyde. Mas Thelma
e Louise não chegam a acrescentar tanta coisa a ela, a não ser o fato de serem duas mulheres (Susan
Sarandon e Geena Davis) que estão em fuga e de não serem propriamente criminosas.
Ou antes, o pecado delas foi nascer. Nascer mulher. Tudo o que
querem é passar um tempo sozinhas, longe de seus respectivos
homens. A sociedade machista
não receberá tamanha independência com bons olhos. As mocinhas são vistas como bandidas.
Há algo de muito singelo nisso
tudo, que pode se chamar feminismo ou populismo, ou "populofeminismo". É verdade que, em
1991, quando o filme foi feito, a
emancipação da mulher já podia
ser considerada concluída nas
classes mais letradas, e as garotas
do filme são operárias.
Ainda assim, essa justificativa é
meramente sociológica. O filme
resssente-se, aliás, desse aspecto
demonstrativo: tudo nele parece
existir para comprovar a inviabilidade da cultura machista.
No entanto, é difícil dizer que se
trata de um mau filme. Ele toca as
questões que pretende, sem se
deixar levar pelo piegas. Ele cria
heroínas diferentes, mas ambas
tocadas por uma vitalidade que
contamina os episódios de que
participam.
O roteiro conduz os acontecimentos a um desfecho trágico,
mas isso não impediu o êxito do
filme, tanto que esse desfecho parece inevitável. Enfim, temos aí o
caso de um filme acima da média,
incensado, porém, além de todas
as medidas.
THELMA E LOUISE. Quando: hoje, às
22h, com reprise à 0h30, no AXN.
TV ABERTA
"Regras da Vida" exibe Charlize Theron pré-Oscar
Impacto Profundo
Globo, 13h.
(Deep Impact). EUA, 98, 120 min.
Direção: Mimi Leder. Com Robert Duvall,
Tea Leoni, Morgan Freeman. Mais uma
ficção científica paranóide sobre cometa
que entra em rota de colisão com a Terra,
o que pode ser o fim da humanidade.
Karate Kid IV - A Nova Aventura
Record, 18h.
(The Next Karate Kid). EUA, 94, 100 min.
Direção: Christopher Cain. Com Noriyuki
"Pat" Morita, Hilary Swank. O sr. Miyagi
conhece garota rebelde e decide
ensinar-lhe karatê, o que vai ajudá-la a
salvar o namorado de uma encrenca.
Mojave - Sob o Luar do Deserto
Bandeirantes, 20h30.
(Mojave Moon). EUA, 96, 95 min. Direção:
Kevin Dowling. Com Danny Aiello,
Angelina Jolie. Garota se apaixona pelo
homem que lhe dá carona. Este, por sua
vez, se apaixona pela dona da casa onde
vão bater. E esta tem ainda um
namorado. O principal é o elenco.
Agente Vermelho
Globo, 23h45.
(Captured). EUA/Canadá, 00, 95 min.
Direção: Damian Lee. Com Dolph
Lundgren, Randolph Mantooth.
Terroristas roubam submarino russo com
a idéia de jogar vírus letal em Nova York e
Moscou. Passar bem.
Onde os Homens São Homens
Bandeirantes, 0h.
(McCabe and Mrs. Miller). EUA, 71, 121
min. Direção: Robert Altman. Com
Warren Beaty, Julie Christie. Sem
conhecer o negócio, McCabe adquire
bordel no Oeste. Mrs. Miller o ajuda, e o
negócio prospera. O forte é a
ambientação, mas o desenvolvimento
não está à altura de Altman. Conferível.
Regras da Vida
Globo, 1h30.
(The Cider House Rules). EUA, 99, 131
min. Direção: Lasse Hallström. Com
Tobey McGuire, Charlize Theron, Michael
Caine. Médico ocupa-se de órfão que se
apaixonará por Charlize Theron, que não
era ninguém, mas agora tem um Oscar. O
filme, porém, é longo e chato. Inédito.
Salomé
Globo, 3h35.
(Salome). EUA, 53, 103 min. Direção:
William Dieterle. Com Rita Hayworth,
Stewart Granger, Charles Laughton.
Versão do episódio bíblico sobre o fim de
João Batista nas mãos de Salomé. Elenco
suntuoso, e aquela coisa sem ponto de
vista de Dieterle.
(IA)
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