São Paulo, quarta-feira, 07 de março de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

Klaus Kinski é a força motriz do filme "Aguirre"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Talvez a semana seja dedicada pelos canais de TV paga a seres dotados de cega obstinação. Não é outro o caso de Lope de Aguirre, de "Aguirre, a Cólera dos Deuses" (Telecine Cult, 22h).
O explorador espanhol buscava o El Dorado -com suas promessas douradas desde o nome- na Amazônia do século 17. Aguirre é Klaus Kinski, o que diminui drasticamente a distância entre a obstinação e a demência pura e simples. Kinski é metade do filme, com seu olhar desvairado e sua capacidade de enxergar o paraíso muito próximo naquela natureza exuberante que se mostra a nós (e aos outros da expedição), cada vez mais, como um completo inferno.
Todos sabemos que, para levar Kinski até o fim da filmagem, Herzog teve até de apontar uma arma e ameaçar de morte seu inimigo íntimo. O que dizer mais? Herzog não precisou disparar. E o resultado foi um dos melhores filmes do cinema alemão no período pós-guerra.


Texto Anterior: Série: "Life Begins" mostra o pós-separação
Próximo Texto: Marcelo Coelho: O caso Janine
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.