São Paulo, segunda-feira, 07 de maio de 2007

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Porta do cemitério vira cinema para 500 pessoas

Moradores da Cachoeirinha e visitantes de outros bairros viram "Nosferatu"

Projetado ao ar livre, clássico teve trilha sonora executada por Maurício Takara; freqüentadores improvisaram piqueniques

NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA

Cinéfilos com óculos de aros grossos, adolescentes bebendo vinho no gargalo, góticos vestidos a rigor e modernos com ar blasé formaram um grupo de cerca de 500 pessoas na madrugada de domingo em frente ao cemitério Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte de São Paulo. Motivo da reunião insólita: assistir à exibição do clássico "Nosferatu", de F.W. Murnau, com trilha sonora ao vivo de Maurício Takara.
A entrada do cemitério foi transformada em uma espécie de Cinesesc (um dos cinemas que exibem filmes de arte em São Paulo) ao ar livre - com platéia compenetrada e silenciosa- misturado com show de banda gótica. Alguns dos freqüentadores levaram lençóis e os estenderam no chão, improvisando piqueniques regados a vinho e cerveja no gramado.
"Já vi esse filme umas quatro vezes", disse o estudante Lucas Soares, 16, que foi com os amigos góticos assistir ao filme. O grupo veio de Itaquera e pretendia estender a visita. "Vamos ficar aqui e tentar entrar no cemitério, já que esse a gente não conhece", disse Soares.
A hoteleira Micheli Brasil, 27, saiu da avenida Paulista, onde mora, com objetivo menos mórbido. "Vim acompanhar a trilha do filme e aproveitar para fazer um programa diferente, em um bairro de São Paulo que não conhecia", contou.
Moradores da região também aproveitavam o programa. "Muito bacana ficar aqui no cemitério vendo um filme", disse o vidraceiro Alfredo Gomes, 23, que mora perto do cemitério.


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