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Comentário
Coleção renomada faz com que Picasso alcance valor recorde
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
O recorde de US$ 106,5 milhões (cerca de R$ 187 milhões)
para a tela "Nu, Folhas Verdes e
Busto", de Picasso, no leilão de
Christie's de Nova York, na última terça, não foi um resultado de todo inesperado.
A obra pertencia ao espólio
de Frances Lasker Brody, que
morreu em 2009 e era viúva do
empresário Sidney F. Brody,
morto em 1983.
O casal Brody possuía uma
das mais importantes coleções
de arte moderna dos EUA e esse acervo foi intensamente disputado pela Christie's e pela
Sotheby's, quando os herdeiros
anunciaram que iriam vendê-lo
em leilão. A Christie's ficou
com o lote de peças dos Brody
graças a um acordo que garantia aos herdeiros um valor, não
tornado público, independente
do resultado do leilão.
A origem de uma coleção renomada da tela de Picasso ajudou com que a obra alcançasse
valor recorde.
Com isso, a expectativa em
torno da noite já era grande,
mesmo que a estimativa fosse
de que a tela do artista espanhol chegasse "apenas" a US$
80 milhões (cerca de R$ 140
mi). No entanto, não só a tela de
Picasso se tornou a obra de arte
mais cara vendida num leilão,
como os 27 lotes da coleção
Brody alcançaram US$ 224 milhões (R$ 392 mi), com venda
de 100% deles.
O episódio supera a marca da
coleção Victor e Sally Ganz,
vendida em 1997, até então recorde da casa. No total do leilão
de terça, das 69 peças oferecidas, 56 foram vendidas, alcançando US$ 335,5 milhões (R$
587 mi).
Não se sabe quem foi o comprador do Picasso, pois o martelo foi batido para uma oferta
por telefone, mas alguns dos
mais ricos colecionadores disputaram a peça, entre eles o financista russo Roman Abramovich e os norte-americanos
Kenneth C. Griffin, de Chicago,
e Leslie H. Wexner, de Columbus. Na terça à noite, Edward
Dolman, diretor-executivo da
Christie's afirmou, segundo o
"New York Times", que "o mercado está muito mais forte do
que esperávamos, com muitas
vendas para a Rússia, a China e
o Oriente Médio".
Com US$ 106,5 milhões, Picasso supera o recorde de
"Walking Man I" (homem andando 1), escultura em bronze
assinada por Alberto Giacometti adquirida por Lily Safra,
viúva do banqueiro Edmond
Safra, na Sotheby's inglesa, em
fevereiro passado, por US$
104,3 milhões (R$ 182 mi). O
recorde anterior, contudo, já
pertencia a Picasso, com a tela
do período rosa "Boy with a Pipe" (jovem com cachimbo), de
1905, vendida na Sotheby's de
Nova York, em 2004, por US$
104,1 milhão (R$ 182 mi).
Os Brody também possuíam
obras de Giacometti e, no leilão
de terça, duas peças do artista
foram vendidas bem acima do
estimado.
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