São Paulo, sexta-feira, 07 de maio de 2010

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Crítica/"A Hora do Pesadelo"

Cineasta substitui tensão por barulho em saga agonizante de Freddy Krueger

CRÍTICO DA FOLHA

A crítica Pauline Kael (1919-2001) costumava usar uma expressão para definir os filmes de terror que, incapazes de assustar o espectador com uma atmosfera tensa e um enredo criativo, recorriam a monstros que apareciam subitamente por trás do mocinho: eram os "boo movies", brincadeira com a expressão "B movies" (filmes B).
Se viva fosse, Kael certamente classificaria "A Hora do Pesadelo" como um "boo movie". O filme, uma tentativa de reviver a agonizante saga de Freddy Krueger, personagem criado há 26 anos por Wes Craven, nada mais é que uma sequência tediosa de cenas previsíveis e cinema mais previsível ainda.
O terror moderno vem substituindo clima e atmosfera por barulho. O diretor Samuel Bayer, conhecido pelo videoclipe de "Smells like Teen Spirit", do Nirvana, parece acreditar que, quanto mais barulhenta uma cena, maior o suspense. Os personagens são tão rasos que logo estamos torcendo para que Freddy mate todo mundo e acabe logo com o martírio deles e com o nosso também.
E para quem acha que filmes de suspense infantojuvenis são uma tortura, sugiro o filme "Deixe Ela Entrar", um drama de terror que mostra que nem sempre o monstro que grita mais alto é o mais apavorante. (ANDRÉ BARCINSKI)


A HORA DO PESADELO

Direção: Samuel Bayer
Produção: EUA, 2010
Com: Jackie Earle Haley, Kyle Gallner
Onde: Anália Franco UCI, Central Plaza Cinemark e circuito
Classificação: 16 anos
Avaliação: ruim




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