da Reportagem Local

São oito meninos e 16 meninas, parte dos 75 adolescentes acolhidos pela Associação Beneficente Santa Fé. Todos tirados da praça da Sé, no centro de São Paulo, nos últimos quatro anos.
Em "Meninos e Meninas Cantam Brecht", eles cantam, tocam, interpretam oito poemas de Brecht -no que a co-diretora Melissa Vettore chama de "ópera-samba", reunião de récita, coro, solos, percussão, quadros.
'Èles têm um talento muito grande", diz. "É um talento com o qual eles cresceram. É estarrecedor estar com eles. Têm uma força muito grande. São contagiantes, incendeiam o lugar."
"Meninos e Meninas" foi o espetáculo mais festejado na excursão que a mostra Brecht 100 Anos fez por 12 cidades do interior paulista, nos últimos três meses -somando um público, segundo a produção, de 25 mil pessoas. O elenco já negocia uma viagem à Europa e a gravação de um CD.
Entre os poemas que interpretam, alguns são mais conhecidos, como "O Canto das Máquinas" e 'Àos que Vão Nascer". E todos tratam de temas ligados diretamente à vida dos jovens.
"O Brecht é quase uma síntese da existência deles", diz Melissa Vettore. "O princípio do nosso trabalho é a inclusão, com tudo o que eles trazem e sem ridicularizá-los por terem sido meninos e meninas de rua."
O espetáculo, que tem os poemas musicados pelo co-diretor Felipe Gama, busca ser "o mais simples", para dar vazão à arte dos meninos e meninas. (NS)



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