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MÚSICA
Maior festival dance britânico recebe, em 11 tendas, Carl Cox, Soft Cell, Basement Jaxx e os brasileiros Marky e Patife
Homelands encanta com "filé eletrônico"
CLAUDIA ASSEF
ENVIADA ESPECIAL AO REINO UNIDO
Para quem estava com o fôlego em dia, a quarta edição do Homelands, maior festival de música eletrônica do mundo, foi perfeita.
Fora uma inevitável dor nas pernas ao final de algumas horas e
uma fila indecente para usar os banheiros, quem foi no último sábado ao The Bowl, um gramado
de proporções gigantescas perto
de Winchester (a uma hora, de
trem, de Londres), teve pouco para se queixar.
São Pedro ajudou, e o dia foi lindo, com sol de rachar. A concorrência acirrada dos festivais de verão -com ingressos caros, na faixa de 50 libras (cerca de R$ 190) cada um- afastou a superlotação, garantindo um (sagrado) espaço mínimo para dançar nas tendas. E, mais importante, o line-up, com mais de 50 atrações, foi
variado, inteligente e felicíssimo.
No fim das 17 horas de festa, a
organização do Homelands contabilizava pouco mais de 30 mil
pagantes. Epa, então dá para dizer
que o Skol Beats -que em 2002
teve mais de 40 mil ingressos vendidos- é hoje o maior do mundo? Em termos de público, sim.
No mais, o Homelands ainda
assusta, encanta e leva o título de
maioral graças às suas 11 tendas e
atrações do tipo "só filé". Ou você
acha fácil juntar na mesma festa
Basement Jaxx, Laurent Garnier,
Richie Hawtin, Carl Cox, a volta
do Soft Cell, os hypadíssimos
Röyksopp e Zero 7, FC Kahuna,
Beta Band, Plump DJs, Roger
Sanchez, Slam, Mr. C, X-Press 2,
Harry "Choo Choo" Romero...?
Brasil é hype
Ainda que sutil e talvez perceptível apenas aos brasileiros, Homelands mostrou um hype em torno do Brasil. Entre a galera, a
camisa da seleção disputava o primeiro lugar na preferência com a
camisa da Inglaterra. E, quanto
mais antiga a camiseta -aquelas
com cara bem anos 80 eram
maioria-, mais ela compunha
com o visual descolado.
Na tenda Movement, de d'n'b,
Patife e Marky aglomeravam
groupies -fãs meninas, que ficam gritando o nome dos ídolos
na fila do gargarejo. E os MCs da
Movement a toda hora soltavam
para a galera um "tudo bem?", assim, em português.
O ápice da brazucada foi a sensacional apresentação do Basement Jaxx. Soltando hit atrás de
hit, eles chamavam passistas de
escola de samba ao palco. Não é
de hoje que o duo aposta nesse recurso, mas no contexto de Homelands foi lindo de ver. Eles lotaram a Muzik Live Arena, a maior
tenda do festival. Foi ali também a
apresentação emocionante do
Soft Cell. Homelands, aliás, marcou a volta da dupla Dave Ball e
Marc Almond à ativa -eles prometem disco novo para este ano.
O show da dupla demorou a pegar -o espaço era enorme, e o
horário, concorrido, com sets simultâneos de Jeff Mills, X-Press 2,
Layo & Bushwacka ao vivo e Carl
Cox... Mas, quando Almond começou a cantar, feliz, o hit "Tainted Love", a tenda veio abaixo, lotada até a tampa. Volta em grande
estilo foi a do Soft Cell.
E pode escrever aí: Homelands cravou o hit dançante deste verão europeu. Quase todo mundo dançou, pelo menos uma vez, ao som da divertida "Lazy", do X-Press 2.
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