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FILMES
SÉRIE
"Whoopi" não leva os EUA sempre a sério
DENISE MOTA
EDITORA-ASSISTENTE DA ILUSTRADA
Não se passou nem um minuto,
e já voaram tomates em direção
ao policiamento mundial contra o
fumo e à paranóia com relação a
imigrantes de origem árabe nos
EUA pós-11 de Setembro.
O primeiro episódio da série a
que a atriz Whoopi Goldberg empresta seu nome estreou para 15,1
milhões de americanos há nove
meses, mas não há planos de que
volte ao ar por lá, para uma segunda temporada. Aqui, o programa chega hoje à TV paga.
Goldberg estrela e é produtora-executiva (ao lado dos criadores
de "The Cosby Show") dessa história de uma dona de hotel modesto que tem como empregado
um iraniano e como hóspede involuntário o irmão almofadinha,
recém-demitido da Enron (deixa
para risos) e namorado de uma
garota branca que pretende se
passar por negra abusando dos
trejeitos e roupas supostamente
típicos das "afro-americanas".
"Whoopi" tem ritmo, atores desenvoltos e uma Nova York habitada por gente comum. A série é
milimetricamente planejada para
provocar quando faz a caricatura
ao revés de seus personagens, ao
transformar minoria em maioria
ou a expressão assimilada dos negros dos EUA (o falar alto com o
indispensável balanço da cabeça,
o figurino insinuante) em armadura de presumida autenticidade,
mas já vazia de significado.
São alvos de riso ainda a "fé na
América" e, claro, Bush e sua inteligência sempre questionável.
A crítica americana viu o programa como um humorístico engajado, mas não divertido o bastante. Ao fim da temporada, a série registrou apenas um terço da
audiência que conseguiu no primeiro episódio.
Perspicaz, atento ao noticiário
recente, afiado, o show de Goldberg poderia ser uma descompromissada alternativa para o americano rir de si mesmo e de suas instituições. Mas essa piada, pelo jeito, não teve graça.
WHOOPI. Quando: estréia hoje, às 20h,
no Sony.
Começar tudo de novo
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Todo mundo gostou de
"O Homem sem Passado"
(Cinemax, 12h15), que me
pareceu um dos filmes mais
decepcionantes dos últimos
tempos.
Não é apenas pela história
do homem que, após ser espancado, perde a memória
e, com isso, começa uma
nova vida.
A idéia de começar tudo
de novo, zerado, é sempre
atraente. O homem vem
purificado do mundo e de si
mesmo. Como as crianças.
Ok, mas a mise-en-scène
de Aki Kaurismäki me pareceu meramente burocrática. Como se a ele também
o personagem soasse meio
vazio e não lhe restasse nada senão empurrar o filme
com a barriga.
Mas, como todo mundo
gostou, o melhor nesses casos é rever, com espírito desarmado. E descobrir se
existe algo que não consegui ver da primeira vez.
As Novas Aventuras do Superman
SBT, 14h30.
(Lois & Clark). EUA, 1993. Direção: Robert
Butler. Com Dean Cain, Teri Hatcher,
Lane Smith, Michael Landes. Episódio de
série para TV. O piloto, provavelmente,
pois se trata aqui das origens de
Superman. Entre outras coisas, o filme
trata de como surgiu o célebre uniforme
e por que sua identidade deve
permanecer secreta.
Beethoven 2
Globo, 15h45.
(Beethoven's 2nd). EUA, 1993, 86 min.
Direção: Rod Daniel. Com Charles Grodin,
Bonnie Hunt, Nicholle Tom. Seqüência
do filme dedicado a Beethoven, o cão,
feito em 1992. Aqui, Beethoven é
separado de sua amada. Mas procurará
encontrá-la. Enfim, vale mais que "Um
Grande Amor de Beethoven", que era
dedicado ao compositor. Diversão
familiar.
Instinto Radical
Globo, 22h25.
(Cutaway). EUA, 2000, 104 min. Direção:
Guy Manos. Com Tom Berenger, Stephen
Baldwin, Dennis Rodman, Ron Silver.
Bambambã da polícia cai em esparrela,
desmoraliza sua equipe, é afastado do
serviço. Aí tentará por conta própria
prender os criminosos que destruíram
sua carreira. Inédito (mas o que isso tem
de inédito?).
Dr. T e as Mulheres
SBT, 1h45.
(Dr. T and the Women). EUA, 2000, 121
min. Direção: Robert Altman. Com
Richard Gere, Helen Hunt, Farrah
Fawcett. O dr. Travis é um bem-sucedido
ginecologista -e bonitão ainda mais
bem-sucedido. É homem de vida pacata.
Mas as pacientes não se cansam de dar
em cima dele. Talvez Altman tenha feito
o filme pelo prazer de trabalhar com
Gere. Não há muito outra explicação,
pois a coisa ficou meio sem eira nem
beira.
Intercine
Globo, 2h25.
O favorito dos votantes foi "Feitiço da
Lua" (1987, de Norman Jewison, com
Cher e Nicolas Cage), que abre
programação especial em comemoração
ao Dia dos Namorados, apenas com
filmes românticos. No resto da semana,
para votar no primeiro filme, liga-se
0800.70.9011; o número para votar no
segundo filme é 0800.70.9012 (o que
vale em todas as sessões, de segunda a
sexta).
Intriga Mortal
SBT, 3h25.
(Poodle Springs). EUA, 1998, 100 min.
Direção: Bob Rafelson. Com James Caan,
Dina Meyer, David Keith, Tom Bower.
Telefilme, sim, mas não standard. Além
de um diretor de prestígio, o filme tem
um roteirista de prestígio (Tom
Stoppard) e narra uma história de Philip
Marlowe, o detetive criado por Raymond
Chandler. Aqui, casado com a filha de um
milionário, ele se verá às voltas com
mistério que envolve, entre outros
crápulas, o milionário em pessoa. Quem
interpreta Marlowe é James Caan, ator
de pouco prestígio, mas muitas virtudes.
(IA)
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