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Festival terá 44 espetáculos ao longo de 23 dias
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Artistas exclusivos: Kurt Masur, regência; Beaux Arts Trio,
música de câmera; Manuel
Barrueco, violão. Só o peso destes três nomes já serviria para
avaliar a importância da 36ª
edição do Festival Internacional de Inverno de Campos do
Jordão.
Ao todo, são 44 espetáculos
em 23 dias, incluindo ainda nomes brasileiros de destaque,
como os pianistas Arnaldo Cohen e Jean Louis Steuerman, o
Quarteto Amazônia e as principais orquestras paulistas.
Os astros não apenas vão se
apresentar no âmbito do evento, como ainda ministram aulas aos 180 bolsistas selecionados, bem como master classes
abertas ao público em geral.
"Eu tive essa chance quando
jovem e gostaria que os estudantes de hoje tivessem a mesma oportunidade", diz o maestro Roberto Minczuk, que foi
bolsista em Campos do Jordão
nos anos 80, e assumiu a direção artística do evento no ano
passado.
"Todo mundo que trabalhou
com os grandes se orgulha disso. Imagine o que representa
para um dos bolsistas da Orquestra Acadêmica tocar sob
regência de um Kurt Masur",
diz o maestro.
Masur conhece Minczuk desde os tempos em que este, ainda trompista, tocou na Orquestra Gewandhaus, de Leipzig,
que ficou sob o comando do regente germânico por mais de
duas décadas.
"Ele é requisitado por todos
os grandes festivais do mundo,
e desmarcou coisas em sua
agenda para vir ao Brasil", diz o
diretor artístico do festival.
Por meio de gravações, Masur selecionou os sete alunos de
regência com os quais vai trabalhar ao longo do evento.
Música das Américas
Minczuk manteve algumas
características da edição 2004,
como a escolha de um compositor residente (neste ano, Almeida Prado) e de um eixo temático. Se, no ano passado, o
festival enfocou a música do
mestre do classicismo vienense
Joseph Haydn, desta vez o tema
é a Música das Américas.
"Claro que nós nunca vamos
deixar de fazer Beethoven,
Schubert e os grandes", explica.
"Mas nós temos um legado
muito rico no Novo Mundo,
com compositores como Copland, Villa-Lobos e Ginastera,
entre muitos outros. Com a escolha de um tema, a gente pode
concentrar esforços em depurar essa música e dar aos alunos
um conhecimento desses autores que eles normalmente não
teriam."
Uma novidade deste ano é a
utilização do Espaço Cultural
Cinema Dr. Além para a encenação da ópera "A Queda da
Casa de Usher", do compositor
minimalista norte-americano
Philip Glass, a partir de história
homônima de Edgard Allan
Poe, no horário alternativo da
meia-noite.
"Glass é um autor representativo da música das Américas", diz Minczuk. "A encenação envolve a projeção de filme, o que faz com que o espaço
seja muito adequado."
(IFP)
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