|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Finalíssima
Autor fez cinco finais para "Belíssima"
Silvio de Abreu revela à
Folha os desfechos diferentes que escreveu para a novela; audiência de hoje deve beirar os 70 milhões de telespectadores
DANIEL CASTRO
COLUNISTA DA FOLHA
Copa do Mundo já era! A única final que realmente interessa ao Brasil vai ao ar hoje, a partir das 21h. Como num jogo de
futebol, o resultado é imprevisível. A audiência, como numa
final de Copa com o Brasil, deve
bater na trave dos 70 milhões.
Segundo maior ibope da "Era
pós-Boni" na Globo (a partir de
1998), "Belíssima" chega ao último capítulo com seus dois
grandes mistérios (quem são os
vilões que arquitetaram o plano
para tomar a empresa que dá título à novela e quem é o filho de
Bia e Murat) preservados.
Para manter o suspense, o teledramaturgo Silvio de Abreu
escreveu cinco desfechos diferentes, distribuídos em cinco
capítulos distintos, que só têm
em comum os finais previsíveis, como Safira (Claudia Raia)
com Pascoal (Reynaldo Gianecchini). Normalmente, um
capítulo de novela leva no máximo dois dias para ser gravado.
O 209º de "Belíssima" está sendo rodado há uma semana. E há
cenas previstas para hoje.
Abreu ainda escreveu cenas
secretas, que nos roteiros identificou em senhas (de "CS1" a
CS5"), e numerou capítulos
com algarismos aleatórios. Para completar, dois capítulos
(que realmente foram escritos
por Abreu, mas que podem ser
ambos falsos) "vazaram" para a
imprensa -que ficou confusa.
Em um desses capítulos, Vitória (Cláudia Abreu) será assassinada por Bia Falcão (Fernanda Montenegro). Em outro,
André (Marcello Antony) morre salvando Vitória. Na versão
em que Vitória morre, há uma
falha que pode atestá-lo como
falso: passa-se um ano, mas Regina da Glória (Lívia Falcão)
continua grávida de Jamanta
(Cacá Carvalho).
"Escrevi cinco finais diferentes porque quero preservar o
prazer do público de se surpreender", diz Silvio de Abreu.
O autor adora o assédio da imprensa, mas critica "essa obsessão em correr para revelar o final": "É curioso que exista profundo respeito aos filmes de
suspense, que não se revele
seus finais. Na novela, parece
que querem destruir o prazer
do telespectador descobrir o
desfecho. Isso é puro preconceito contra o entretenimento
mais popular do Brasil".
Abreu, que escreveu três finais diferentes para "A Próxima Vítima" (1995), afirma que
está "propondo um jogo de detetive com o Brasil inteiro. Ontem [anteontem] fui ao restaurante e me disseram que o lugar
ficou vazio na hora da novela".
O dramaturgo revelou à Folha os cinco finais que escreveu. O desfecho dos
vilões que manipulam André
(Marcello Antony) para roubar
a Belíssima está ligado ao do filho de Bia (Fernanda Montenegro) e Murat (Lima Duarte).
Dois finais são mirabolantes: os
que têm Nikos (Tony Ramos) e
Cemil (Leopoldo Pacheco) e
Júlia e Pedro (Henri Castelli)
como vilões. No segundo caso,
há que se considerar (para descarte) que o ator que interpretou Pedro está na atual novela
das sete. No primeiro, Vitória
seria a filha de Bia. Como foi casada com Pedro, neto de Bia, teria ocorrido incesto.
Texto Anterior: Horário nobre na TV aberta Próximo Texto: Mônica Bergamo Índice
|