São Paulo, sábado, 07 de julho de 2007

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"Jack Bauer não pode ajudar o Rio"

Em visita à cidade, o ator Kiefer Sutherland, o agente da série "24 Horas", lembra que é preciso saber separar ficção e realidade

Segundo ator, seu personagem se mostrará desiludido com o governo americano na sétima temporada do seriado

Rafael Andrade/Folha Imagem
Kiefer Sutherland durante entrevista no Rio; ator foi à cidade participar do lançamento de um carro


MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Jack Bauer, o agente que tem ajudado os EUA a combater atentados terroristas há seis anos no seriado de TV "24 Horas", não pretende salvar o mundo nem atuar na crise de segurança nas favelas do Rio.
Em visita à cidade para participar do lançamento de um carro, o ator Kiefer Sutherland, 40, fez questão de separar o mundo ficcional da vida real. Anteontem, ele falou com a imprensa.
"Como Jack Bauer, não posso fazer nada pela situação do Rio, pois a série é um mundo de fantasia e se utiliza de fatos semelhantes da realidade", disse.
Na semana passada, o ator estava em Londres, quando ocorreram duas tentativas de atentado com carros-bomba e uma explosão na Escócia, no dia da posse do primeiro-ministro, Gordon Brown.
"Vi um exemplo da capacidade que o povo tem de prosseguir sua vida. Foi na sexta de manhã e no mesmo dia, à noite, as pessoas já retomaram suas vidas normalmente", afirmou. "Isso é uma prova de que o terrorismo não é muito eficaz. Na verdade, é a melhor atitude que nós podemos ter em relação a ele: continuarmos em frente com nossas vidas", analisou.
"24 Horas", que encerrou sua sexta temporada nos EUA, terá ao menos duas novas edições, que representam o sétimo e o oitavo dia na vida do agente Bauer.
Sobre a sétima temporada, o ator adiantou que a ação deverá sair de Los Angeles por causa do fim da CTU (Unidade Contra-terrorismo) e que o personagem não terá um novo chefe. "Verão um Jack Bauer desiludido com o governo dos EUA, um pouco perdido em relação a o que fazer de sua vida."
Sutherland reconheceu algumas críticas feitas à última temporada, que não foi tão bem recebida nos EUA e ainda está sendo exibida na TV paga brasileira. "Eu concordo em parte com algumas críticas. Nós tivemos cinco anos de absoluto sucesso e tudo tem o seu tempo. Chegou um momento que não foi tão bem", rebateu. "Acertamos muitas vezes na sexta temporada, e o papel do Jack Bauer foi forte, mais do que o de alguns personagens da CTU, que foram fracos. Não é por falta de tentativa, pois fazemos tudo que podemos para melhorar. Um dos roteiristas chegou a mandar uma carta a um crítico do "USA Today", que fez críticas muito pertinentes e nos fez enxergar o que não estávamos vendo", afirmou.
A série, vencedora de dois Globos de Ouro e sete Emmy, é exibida em 53 países. Ao falar sobre o carro para o qual será garoto-propaganda, Sutherland elogiou o programa de combustíveis alternativos no Brasil. "Os EUA e o Canadá estão muito atrás nesse aspecto, e a gente sente até vergonha."

Celebridade
O ator chegou ao Rio na quarta-feira e se recolheu no Copacabana Palace, onde ficou hospedado. Ele teria sido desaconselhado por seguranças a visitar o tradicional bairro de Santa Teresa, onde há restaurantes, bares e galerias de arte, por causa da violência na cidade.
Do hotel, saiu apenas para jantar com um amigo e para dar autógrafos para alguns fãs que o aguardavam na porta.
"Não consegui andar pela cidade, mas eu estava dando uma entrevista do lado de fora do hotel, no final da tarde, e pude ver um céu azul e rosa que eu nunca tinha visto, mais bonito que "24 Horas'", contou.
Anteontem, o ator foi à festa da montadora, onde assistiu a um show da cantora Marisa Monte. Ontem, ele seguiu para São Paulo, onde gravará um comercial.


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