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"Jack Bauer não pode ajudar o Rio"
Em visita à cidade, o ator Kiefer Sutherland, o agente da série "24 Horas", lembra que é preciso saber separar ficção e realidade
Segundo ator, seu personagem se mostrará desiludido com o governo americano na sétima temporada do seriado
Rafael Andrade/Folha Imagem
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Kiefer Sutherland durante entrevista no Rio; ator foi à cidade participar do lançamento de um carro |
MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Jack Bauer, o agente que tem
ajudado os EUA a combater
atentados terroristas há seis
anos no seriado de TV "24 Horas", não pretende salvar o
mundo nem atuar na crise de
segurança nas favelas do Rio.
Em visita à cidade para participar do lançamento de um carro, o ator Kiefer Sutherland, 40,
fez questão de separar o mundo
ficcional da vida real. Anteontem, ele falou com a imprensa.
"Como Jack Bauer, não posso fazer nada pela situação do
Rio, pois a série é um mundo de
fantasia e se utiliza de fatos semelhantes da realidade", disse.
Na semana passada, o ator
estava em Londres, quando
ocorreram duas tentativas de
atentado com carros-bomba e
uma explosão na Escócia, no
dia da posse do primeiro-ministro, Gordon Brown.
"Vi um exemplo da capacidade que o povo tem de prosseguir sua vida. Foi na sexta de
manhã e no mesmo dia, à noite,
as pessoas já retomaram suas
vidas normalmente", afirmou.
"Isso é uma prova de que o terrorismo não é muito eficaz. Na
verdade, é a melhor atitude que
nós podemos ter em relação a
ele: continuarmos em frente
com nossas vidas", analisou.
"24 Horas", que encerrou sua
sexta temporada nos EUA, terá
ao menos duas novas edições,
que representam o sétimo e o
oitavo dia na vida do agente
Bauer.
Sobre a sétima temporada, o
ator adiantou que a ação deverá
sair de Los Angeles por causa
do fim da CTU (Unidade Contra-terrorismo) e que o personagem não terá um novo chefe.
"Verão um Jack Bauer desiludido com o governo dos EUA,
um pouco perdido em relação a
o que fazer de sua vida."
Sutherland reconheceu algumas críticas feitas à última
temporada, que não foi tão bem
recebida nos EUA e ainda está
sendo exibida na TV paga brasileira. "Eu concordo em parte
com algumas críticas. Nós tivemos cinco anos de absoluto sucesso e tudo tem o seu tempo.
Chegou um momento que não
foi tão bem", rebateu. "Acertamos muitas vezes na sexta temporada, e o papel do Jack Bauer
foi forte, mais do que o de alguns personagens da CTU, que
foram fracos. Não é por falta de
tentativa, pois fazemos tudo
que podemos para melhorar.
Um dos roteiristas chegou a
mandar uma carta a um crítico
do "USA Today", que fez críticas
muito pertinentes e nos fez enxergar o que não estávamos
vendo", afirmou.
A série, vencedora de dois
Globos de Ouro e sete Emmy, é
exibida em 53 países. Ao falar
sobre o carro para o qual será
garoto-propaganda, Sutherland elogiou o programa de
combustíveis alternativos no
Brasil. "Os EUA e o Canadá estão muito atrás nesse aspecto, e
a gente sente até vergonha."
Celebridade
O ator chegou ao Rio na quarta-feira e se recolheu no Copacabana Palace, onde ficou hospedado. Ele teria sido desaconselhado por seguranças a visitar o tradicional bairro de Santa
Teresa, onde há restaurantes,
bares e galerias de arte, por
causa da violência na cidade.
Do hotel, saiu apenas para
jantar com um amigo e para dar
autógrafos para alguns fãs que
o aguardavam na porta.
"Não consegui andar pela cidade, mas eu estava dando uma
entrevista do lado de fora do
hotel, no final da tarde, e pude
ver um céu azul e rosa que eu
nunca tinha visto, mais bonito
que "24 Horas'", contou.
Anteontem, o ator foi à festa
da montadora, onde assistiu a
um show da cantora Marisa
Monte. Ontem, ele seguiu para
São Paulo, onde gravará um comercial.
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