São Paulo, quarta-feira, 07 de julho de 2010

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CONEXÃO POP

THIAGO NEY - thiago.ney@uol.com.br

A vez de Kathryn Williams


Cantora britânica que já gravou Nirvana e Leonard Cohen lança disco delicado e romântico


FINAL DOS anos 1990, início dos anos 2000. No Reino Unido, surge uma tentativa de fazer um contraponto ao "novo rock" de Strokes, White Stripes etc. Bandas que se apoiam em baladas românticas, em violões e guitarras contidas, ganham espaço em rádios, sites, jornais. Capitaneados por Coldplay, aparecem Kids of Convenience, Starsailor. E Kathryn Williams.
Nascida em Liverpool em 1974, Williams recebe atenção menos por suas qualidades e mais por cantar canções lentas, sensíveis. Assim, ela se encaixava naquela "geração".
O segundo disco, "Little Black Numbers", foi indicado ao Mercury Prize em 2000, mas não vendeu muito, chegou apenas ao 70º lugar na parada britânica. Com a falha comercial, como muitos de sua "geração", ela foi colocada de lado.
Williams seguiu, e seguiu (muito) bem. Aprofundou as influências (Nick Drake, Nina Simone, Simon & Garfunkel) e, em 2004, fez o excelente "Relations", disco que traz versões de Bee Gees, Nirvana, Big Star, Leonard Cohen.
Neste ano, ela lançou "The Quickening", gravado no País de Gales em apenas quatro dias, ao vivo, sem truques. É um disco belíssimo, delicado, que traz faixas tanto românticas quanto dark.

 


Há uns três, quatro anos, desde o surgimento de Amy Winehouse e Lily Allen e chegando em Lady Gaga, as mulheres vêm comandando o pop. Parece que, neste 2010, elas estão comandando também o rock.
Bandas femininas como Dum Dum Girls e Warpaint estão criando algumas das músicas mais criativas e representativas deste ano. O Best Coast une-se a elas.
Veja, por exemplo, a letra de "Boyfriend": "Eu queria que ele fosse meu namorado/ Eu o amaria... / Mas ele é apenas um amigo".
Segue: "A outra garota não é como eu/ Ela é mais bonita e mais magra/ Ela tem diploma/ Eu larguei a escola quando tinha 17 anos". E torna-se quase uma obsessão: "Se eu pudesse tirar ela das nossas vidas/ Aí ele notaria o quanto eu o quero".
O Best Coast é uma dupla baseada em Nova York mas apaixonada pela costa oeste dos EUA. É formada por Bethany Cosentino e Bobb Bruno. Ela, vocalista, ele, multi-instrumentista. Você encontra "Boyfriend" fácil no YouTube.

 


Há duas semanas, motivado pela Copa do Mundo, citei neste espaço alguns livros que tratam o futebol com carinho. Um amigo me chamou a atenção para "The Miracle of Castel di Sangro", editado em 1999 nos EUA e escrito pelo norte-americano Joe McGinniss.
Li várias resenhas e descrições do texto e já o encomendei.
Após descobrir o soccer com a Copa de 1994, McGinniss descobriu o calcio. Ficou sabendo que um minúsculo time havia subido à segunda divisão do campeonato italiano e fez as malas para cobrir as consequências dessa façanha.
O escritor passou um ano em Castel di Sangro, cidedezinha de pouco mais de 5.000 habitantes na região de Abruzzi, para acompanhar a campanha do time (com o mesmo nome da cidadezinha).
Em uma mistura de diário de viagem com a descrição do modo de vida desse povo, o escritor revela como a paixão pelo pequeno time está incorporada à rotina da cidade.


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