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DVDS
"FAMÍLIA SOPRANO"
Pacote traz segunda temporada da série superpremiada
Drama familiar e violência se combinam na vida mafiosa
RODOLFO LUCENA
EDITOR DE INFORMÁTICA
A s torres gêmeas ainda estão
lá, de pé, orgulhoso símbolo
do poderio norte-americano. Elas
são vistas de relance, enquanto o
poderoso mafioso volta para casa,
na suburbana Nova Jersey, e denunciam que você está assistindo
a cenas do passado.
Não é para menos: a segunda
temporada da série "Família Soprano" foi ao ar, nos Estados Unidos, no final do século 20, no longínquo ano 2000. E agora chega às
lojas brasileiras empacotada em
quatro DVDs, que trazem os 13
episódios daquele ano e alguns
extras -comentários de alguns
diretores e produtores e depoimentos das estrelas do seriado (os
especiais não têm legendas).
Apesar das (leves) marcas do
tempo, o pacote será bem-vindo
pelos fãs e por quem, uma vez ou
outra, deu uma olhadinha em algum episódio e não entendeu nada. Aliás, revendo-se a série assim, na ordem e sem intervalos, fica ainda mais difícil entender por
que a "Família Soprano" foi tão
maltratada no Brasil, especialmente pela TV aberta, mas também por sua "mãe", a HBO, responsável pela produção original.
Ainda bem que agora você está
livre da televisão e pode se empanturrar de "Sopranos" como
bem lhe aprouver. A segunda
temporada é especialmente saborosa, cheia de dramas, crises existenciais, violência e romance.
O maior drama de todos é o vivido por Tony Soprano (o premiado James Gandolfini, que empalmou vários Emmys por sua
atuação na série), sempre dividido entre suas responsabilidades
de pai de família e de chefe mafioso, ao mesmo tempo em que luta
consigo mesmo para conter a
têmpera -que, quando à solta,
costuma resultar em cabeças quebradas e sangue esparramado.
Em casa, a mulher, Carmela
(Edie Falco, também carregada de
prêmios), segura-lhe as rédeas,
enfrenta-lhe a raiva e tenta pôr ordem na vida doméstica, complicada pela rebeldia e pelo desregramento dos filhos.
Nas ruas, Tony tem de comandar auxiliares que nem sempre fazem o que lhes é mandado, descobrir e castigar parceiros que viram
alcagüetes, fazer diplomacia com
o pessoal "da antiga" que ainda
deseja prerrogativas, tourear o
FBI e dar conta de uma sucessão
de amantes.
É um vidão, pleno de dinheiro e
poder, que seduziria a muitos,
mas que não dá paz nem tranqüilidade a Tony Soprano e o faz
sempre voltar ao sofá da doutora
Jennifer Melfi, psicóloga interpretada por Lorraine Bracco. É numa
conversa com ela, por sinal, que o
herói resume seu dilema: "Tenho
o mundo nas mãos, mas mesmo
assim me sinto um fracassado".
No mundo real, porém, o fracasso passa longe da "Família Soprano". A série criada por David
Chase conta prêmios a mancheias, nas mais diversas modalidades (direção, produção, roteiro,
melhores ator e atriz, melhores
coadjuvantes e por aí vai). E tem
um séquito de fãs pelo mundo
-vários deles montaram sites repletos de informações e curiosidades, como www.sopranoland.
com e www.the-sopranos.com.
A quinta temporada, transmitida nos Estados Unidos no ano
passado, terminou há pouco na
HBO brasileira, que agora reprisa
o seriado aos domingos. Todas as
temporadas estão disponíveis em
DVD, no mercado norte-americano (veja em www.hbo.com/
sopranos). E a próxima está em
produção, devendo ir ao ar no
ano que vem.
Família Soprano
Criação: David Chase
Distribuidora: Warner; R$ 100, em média
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