São Paulo, domingo, 07 de agosto de 2005

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DVDS

"FAMÍLIA SOPRANO"

Pacote traz segunda temporada da série superpremiada

Drama familiar e violência se combinam na vida mafiosa

RODOLFO LUCENA
EDITOR DE INFORMÁTICA

A s torres gêmeas ainda estão lá, de pé, orgulhoso símbolo do poderio norte-americano. Elas são vistas de relance, enquanto o poderoso mafioso volta para casa, na suburbana Nova Jersey, e denunciam que você está assistindo a cenas do passado.
Não é para menos: a segunda temporada da série "Família Soprano" foi ao ar, nos Estados Unidos, no final do século 20, no longínquo ano 2000. E agora chega às lojas brasileiras empacotada em quatro DVDs, que trazem os 13 episódios daquele ano e alguns extras -comentários de alguns diretores e produtores e depoimentos das estrelas do seriado (os especiais não têm legendas).
Apesar das (leves) marcas do tempo, o pacote será bem-vindo pelos fãs e por quem, uma vez ou outra, deu uma olhadinha em algum episódio e não entendeu nada. Aliás, revendo-se a série assim, na ordem e sem intervalos, fica ainda mais difícil entender por que a "Família Soprano" foi tão maltratada no Brasil, especialmente pela TV aberta, mas também por sua "mãe", a HBO, responsável pela produção original.
Ainda bem que agora você está livre da televisão e pode se empanturrar de "Sopranos" como bem lhe aprouver. A segunda temporada é especialmente saborosa, cheia de dramas, crises existenciais, violência e romance.
O maior drama de todos é o vivido por Tony Soprano (o premiado James Gandolfini, que empalmou vários Emmys por sua atuação na série), sempre dividido entre suas responsabilidades de pai de família e de chefe mafioso, ao mesmo tempo em que luta consigo mesmo para conter a têmpera -que, quando à solta, costuma resultar em cabeças quebradas e sangue esparramado.
Em casa, a mulher, Carmela (Edie Falco, também carregada de prêmios), segura-lhe as rédeas, enfrenta-lhe a raiva e tenta pôr ordem na vida doméstica, complicada pela rebeldia e pelo desregramento dos filhos.
Nas ruas, Tony tem de comandar auxiliares que nem sempre fazem o que lhes é mandado, descobrir e castigar parceiros que viram alcagüetes, fazer diplomacia com o pessoal "da antiga" que ainda deseja prerrogativas, tourear o FBI e dar conta de uma sucessão de amantes.
É um vidão, pleno de dinheiro e poder, que seduziria a muitos, mas que não dá paz nem tranqüilidade a Tony Soprano e o faz sempre voltar ao sofá da doutora Jennifer Melfi, psicóloga interpretada por Lorraine Bracco. É numa conversa com ela, por sinal, que o herói resume seu dilema: "Tenho o mundo nas mãos, mas mesmo assim me sinto um fracassado".
No mundo real, porém, o fracasso passa longe da "Família Soprano". A série criada por David Chase conta prêmios a mancheias, nas mais diversas modalidades (direção, produção, roteiro, melhores ator e atriz, melhores coadjuvantes e por aí vai). E tem um séquito de fãs pelo mundo -vários deles montaram sites repletos de informações e curiosidades, como www.sopranoland. com e www.the-sopranos.com.
A quinta temporada, transmitida nos Estados Unidos no ano passado, terminou há pouco na HBO brasileira, que agora reprisa o seriado aos domingos. Todas as temporadas estão disponíveis em DVD, no mercado norte-americano (veja em www.hbo.com/ sopranos). E a próxima está em produção, devendo ir ao ar no ano que vem.


Família Soprano
    
Criação: David Chase
Distribuidora: Warner; R$ 100, em média



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