São Paulo, domingo, 07 de agosto de 2005

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"PARA SEMPRE LILYA"

Moodysson abandona a esperança

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

O sueco Lukas Moodysson que dirige "Para Sempre Lilya" não parece o mesmo cineasta irônico de "Amigos de Colégio" e "Bem-Vindos" -seus filmes anteriores, com os quais ganhou respeito de público e crítica.
Não que Moodysson tenha deixado aqui de ser um cineasta respeitável. Longe disso. Mas o sueco parece ter mudado a sua mirada sobre o mundo.
O que antes era ligeireza e frescor agora é peso e sombra. O humor que servia de atalho para driblar convenções sociais já não cabe (ou não serve) para desafiar a trajetória aterradora de Lilya, que, de resto, não parece ser passível de dribles.
A adolescente russa -vivida pela atriz Oksana Akinshina, uma escalação acertada- troca seu país pela Suécia, seguindo atrás do homem que ama e da ilusão de uma vida distante da miséria.
Encontrará a violência sexual, moral, a traição de seus afetos, a solidão e o abandono.
Quando acompanhou a exibição de "Para Sempre Lilya" num festival brasileiro, no ano passado, Moodysson disse à Folha que queria provocar a raiva no público. Ele consegue.
Mas talvez não seja outro o sentimento recomendável diante de um cinema indignado e disposto à denúncia.
A edição em DVD nem abrilhanta nem empobrece o filme. Mantém o registro de contenção.


Para Sempre Lilya
   
Direção: Lukas Moodysson
Distribuidora: Califórnia Filmes; R$ 30, em média



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