|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Em mostra no MAM, imagens de Ivan Cardoso reúnem artistas e cineastas
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Pode se dizer que Hélio Oiticica também foi o responsável
pelo ingresso do cineasta e fotógrafo Ivan Cardoso, 54, no
mundo artístico. "O Hélio, em
1968, foi dar uma palestra no
colégio São Fernando, onde eu
estudava. E falou tudo o que a
gente queria ouvir: para não seguirmos as regras e assim por
diante. Obviamente, foi censurado, mas me influenciou, eu tinha 16 anos. De lá pra frente, ficamos amigos", conta Cardoso.
A produção fotográfica de
Cardoso é revista na mostra
"FotoIvangrafias", com cerca
de 200 imagens, colagens e objetos, que é aberta na terça no
MAM-RJ. Também serão exibidos três curtas-metragens,
um telefilme e um longa de
Cardoso.
O curador da mostra e diretor do MAM, Fernando Cocchiarale, destaca a mistura de
referências na obra fotográfica
de Cardoso. "Logo na abertura,
isso é visível. Só o Ivan para
misturar retratos da Lygia
Clark, do Clóvis Bornay, do Antonioni [Michelangelo, cineasta italiano que morreu na semana passada] e do Ivon Curi.
Há uma mescla de universos
pop, da chanchada, do cinema,
das radionovelas, das artes",
afirma o curador.
Não faltam poses incomuns
de nomes da literatura -como
Décio Pignatari, visto em trajes
de praia em um boteco, ao lado
do poeta e crítico de cinema José Lino Grünewald (1931-1999)
e de Oiticica, em 1977- e da TV
-a atriz Débora Bloch faz uma
careta, em 1984.
Oiticica é visto em mais de
dez registros, incluindo imagens de cenas do curta "HO"
(1979), atração da mais recente
edição da Bienal de São Paulo e
que também será exibido. Há
raras imagens do artista com
Glauber Rocha. "Hoje todos
destacam a genialidade do
Glauber, mas se esquecem que
ele era uma pessoa muito difícil. Quando me conheceu, quebramos um pau porque ele disse que me viu e reconheceu em mim todos seus inimigos: o Rogério Sganzerla, o Julio Bressane, o Décio. Mas depois nos entendemos", diz Cardoso.
O poeta Torquato Neto
(1944-1972) é outra figura
constante da exposição. "Ele foi
central na minha formação,
pois confiou em mim, com menos de 20 anos, para fotografar
para a sua coluna no "Última
Hora" e para a revista "Navilouca"."
(MG)
FOTOIVANGRAFIAS
Quando: abertura ter., às 19h; de ter. a
sex., das 12h às 18h; sáb. e dom., das
12h às 19h; até 30/9
Onde: MAM-RJ (av. Infante D. Henrique, 85, Rio, tel. 0/xx/21/2240-4944)
Quanto: R$ 2 a R$ 5
Texto Anterior: Literatura: Autor de "A Menina que Roubava Livros" virá ao Brasil Próximo Texto: Música: Especial destaca discos do Grateful Dead Índice
|