São Paulo, terça-feira, 07 de agosto de 2007

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Em mostra no MAM, imagens de Ivan Cardoso reúnem artistas e cineastas

DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Pode se dizer que Hélio Oiticica também foi o responsável pelo ingresso do cineasta e fotógrafo Ivan Cardoso, 54, no mundo artístico. "O Hélio, em 1968, foi dar uma palestra no colégio São Fernando, onde eu estudava. E falou tudo o que a gente queria ouvir: para não seguirmos as regras e assim por diante. Obviamente, foi censurado, mas me influenciou, eu tinha 16 anos. De lá pra frente, ficamos amigos", conta Cardoso.
A produção fotográfica de Cardoso é revista na mostra "FotoIvangrafias", com cerca de 200 imagens, colagens e objetos, que é aberta na terça no MAM-RJ. Também serão exibidos três curtas-metragens, um telefilme e um longa de Cardoso.
O curador da mostra e diretor do MAM, Fernando Cocchiarale, destaca a mistura de referências na obra fotográfica de Cardoso. "Logo na abertura, isso é visível. Só o Ivan para misturar retratos da Lygia Clark, do Clóvis Bornay, do Antonioni [Michelangelo, cineasta italiano que morreu na semana passada] e do Ivon Curi.
Há uma mescla de universos pop, da chanchada, do cinema, das radionovelas, das artes", afirma o curador.
Não faltam poses incomuns de nomes da literatura -como Décio Pignatari, visto em trajes de praia em um boteco, ao lado do poeta e crítico de cinema José Lino Grünewald (1931-1999) e de Oiticica, em 1977- e da TV -a atriz Débora Bloch faz uma careta, em 1984.
Oiticica é visto em mais de dez registros, incluindo imagens de cenas do curta "HO" (1979), atração da mais recente edição da Bienal de São Paulo e que também será exibido. Há raras imagens do artista com Glauber Rocha. "Hoje todos destacam a genialidade do Glauber, mas se esquecem que ele era uma pessoa muito difícil. Quando me conheceu, quebramos um pau porque ele disse que me viu e reconheceu em mim todos seus inimigos: o Rogério Sganzerla, o Julio Bressane, o Décio. Mas depois nos entendemos", diz Cardoso.
O poeta Torquato Neto (1944-1972) é outra figura constante da exposição. "Ele foi central na minha formação, pois confiou em mim, com menos de 20 anos, para fotografar para a sua coluna no "Última Hora" e para a revista "Navilouca"." (MG)


FOTOIVANGRAFIAS
Quando:
abertura ter., às 19h; de ter. a sex., das 12h às 18h; sáb. e dom., das 12h às 19h; até 30/9
Onde: MAM-RJ (av. Infante D. Henrique, 85, Rio, tel. 0/xx/21/2240-4944)
Quanto: R$ 2 a R$ 5


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