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Flip para hoje para ouvir Crumb e Shelton
Quadrinistas americanos são a atração da mesa "A Origem do Universo"; HQ abaixo conta a rotina deles em Paraty
Incomodados com o tratamento de estrela na Flip, pediram trégua aos fotógrafos; Crumb volta a criticar os EUA
IVAN FINOTTI
ENVIADO ESPECIAL A PARATY
Depois de fugir durante
três dias dos jornalistas em
Paraty, o quadrinista norte-americano Robert Crumb finalmente deu uma amostra
de seu humor ácido na coletiva de imprensa na manhã de
ontem: "É bizarro participar
de uma festa literária. Me assusta o fato de as pessoas estarem levando histórias em
quadrinhos a sério", disse.
Crumb, 66, e seu colega
Gilbert Shelton, 70, ambos
heróis cultuados da contracultura, falam para o público
da Flip hoje às 19h30.
Crumb, que vive há mais
de dez anos na França, mais
uma vez reclamou dos Estados Unidos: "É um país fascista e corporativista. Estou
envergonhado dele... Na verdade, estou envergonhado
de viver no planeta Terra,
mas fazer o quê?".
Incomodados com o tratamento de celebridade, pediram que os fotógrafos dessem uma trégua. Na entrada,
Crumb mostrou o dedo do
meio às máquinas.
As respectivas mulheres
dos dois, Aline Crumb e Lora
Fountain, contaram que foram elas que convenceram a
dupla a vir ao Brasil. "Ele está
feliz por estar aqui", disse
Aline, batendo nas costas do
marido. "Sim, querida", respondeu ele, fingindo estar
sem graça. "Você tem razão.
Estou me divertindo muito."
Fã de música antiga,
Crumb anunciou querer
comprar discos de 78 rotações de canções brasileiras
dos anos 1920 e 1930. "Quem
nos vender pode ser nosso
amigo", brincou Aline.
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