São Paulo, sábado, 07 de agosto de 2010

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Flip para hoje para ouvir Crumb e Shelton

Quadrinistas americanos são a atração da mesa "A Origem do Universo"; HQ abaixo conta a rotina deles em Paraty

Incomodados com o tratamento de estrela na Flip, pediram trégua aos fotógrafos; Crumb volta a criticar os EUA


IVAN FINOTTI
ENVIADO ESPECIAL A PARATY

Depois de fugir durante três dias dos jornalistas em Paraty, o quadrinista norte-americano Robert Crumb finalmente deu uma amostra de seu humor ácido na coletiva de imprensa na manhã de ontem: "É bizarro participar de uma festa literária. Me assusta o fato de as pessoas estarem levando histórias em quadrinhos a sério", disse.
Crumb, 66, e seu colega Gilbert Shelton, 70, ambos heróis cultuados da contracultura, falam para o público da Flip hoje às 19h30.
Crumb, que vive há mais de dez anos na França, mais uma vez reclamou dos Estados Unidos: "É um país fascista e corporativista. Estou envergonhado dele... Na verdade, estou envergonhado de viver no planeta Terra, mas fazer o quê?".
Incomodados com o tratamento de celebridade, pediram que os fotógrafos dessem uma trégua. Na entrada, Crumb mostrou o dedo do meio às máquinas.
As respectivas mulheres dos dois, Aline Crumb e Lora Fountain, contaram que foram elas que convenceram a dupla a vir ao Brasil. "Ele está feliz por estar aqui", disse Aline, batendo nas costas do marido. "Sim, querida", respondeu ele, fingindo estar sem graça. "Você tem razão. Estou me divertindo muito."
Fã de música antiga, Crumb anunciou querer comprar discos de 78 rotações de canções brasileiras dos anos 1920 e 1930. "Quem nos vender pode ser nosso amigo", brincou Aline.


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