São Paulo, quinta-feira, 07 de setembro de 2000

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Exposição da pré-história à arte contemporânea atrai mais de 1,6 milhão de visitantes
Evento, que atingiu anteontem recorde de público em um dia, com 47.356 pessoas, termina no domingo
Mostra do Redescobrimento massifica a arte brasileira

Moacyr Lopes Jr. - 6.jul.00/Folha Imagem
Crianças do Jardim Ângela, em visita ao evento, observam a pintura "Tiradentes Esquartejado", de Pedro Américo


FABIO CYPRIANO
FERNANDA CIRENZA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Mostra do Redescobrimento massificou a arte brasileira. Em 116 dias de exposição (foram subtraídas as segundas-feiras), foram contabilizadas 1.671.764 pessoas que visitaram o evento, até as 12h30 de ontem.
"O número é até modesto, porque a gente só conta o prédio da Bienal", afirmou Edemar Cid Ferreira, 57, presidente da Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais.
A associação é a entidade que organiza a mostra aberta ao público em 25 de abril. É a responsável pelas exposições itinerantes que vão acontecer no Brasil e no exterior ainda neste ano.
Em termos de comparação, o clássico São Paulo e Palmeiras reuniu, no último sábado, cerca de mil pessoas no estádio do Morumbi, em São Paulo. No mesmo dia, o Redescobrimento bateu o seu recorde de público em dias pagos, com 42.225 mil visitantes. O recorde total aconteceu anteontem, com 47.356 pessoas.
A Bienal Internacional de Artes de São Paulo que mais agregou gente foi a 23ª, realizada em 1996. A mostra recebeu 398 mil pessoas em 49 dias. Foi a melhor bilheteria de toda a história de bienais na cidade. À frente da Fundação Bienal, já estava Cid Ferreira.
Só no mês passado, a média de público que circulou pela mostra bateu a da Tate Modern, nova meca das artes plásticas em Londres. A mostra em São Paulo alcançou 19.497 visitantes por dia, enquanto a inglesa, 19 mil.
Até Milú Villela, presidente do MAM-SP (Museu de Arte Moderna), que se indispôs com Cid Ferreira nos episódios da posse da Oca e do adiamento da 25ª Bienal, elogiou o evento. "Foi um sucesso de divulgação da arte brasileira."
O que teria levado tanta gente ao parque Ibirapuera? Primeiro, o preço dos ingressos, inicialmente entre R$ 7 e R$ 15, que caiu, em julho, para R$ 5.
Segundo Marcela Carvalho Campos, ombudsman da mostra, o maior número de queixas ao evento se referia aos preços das entradas, o que impedia a população de baixa renda de visitar os três pavilhões.
A organização da mostra realizou algumas promoções, que incluíram visitas gratuitas de alunos de escolas públicas e de grupos de comunidades e bairros carentes da periferia de São Paulo.
"Ajudei muito a fazer esse número. Trouxemos para cá umas 800 mil pessoas de graça. Alugamos 60 ônibus para trazer essa gente", afirma Cid Ferreira. Desde o último domingo, as catracas da Mostra do Redescobrimento estão liberadas. A organização mantém a gratuidade até o encerramento, às 22h do domingo.



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