|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Tumor cerebral mata especialista em filosofia alemã, existencialismo e filosofia da arte, além de crítico teatral
Filósofo Gerd Bornheim morre aos 72 anos no Rio
DA SUCURSAL DO RIO
O filósofo Gerd Bornheim, 72,
morreu às 23h15 de anteontem,
em sua casa no Rio, vítima de um
tumor cerebral. Seu corpo foi velado ontem à tarde, no Cemitério
São Francisco Xavier, no Caju, e
será cremado hoje, às 12h30.
Especialista em filosofia alemã,
existencialismo e filosofia da arte,
além de crítico teatral, Bornheim
era professor da Uerj (Universidade do Estado do Rio).
Bornheim nasceu no dia 19 de
novembro de 1929, em Caxias do
Sul (RS). Era solteiro e tinha duas
irmãs, Gerda e Irmgard. Ele deixa
um filho adotivo, Romildo, e um
neto, Anderson, de três anos.
Formou-se em filosofia pela
Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, onde lecionou,
mas acabou expulso pelo regime
militar no final dos anos 60. Exilou-se na França e na Alemanha,
entre 1970 e 1974.
"Era um dos maiores filósofos
brasileiros", diz o professor de filosofia da USP Renato Janine Ribeiro. "[Era] o [filósofo brasileiro]
que eu mais admirava. O Gerd era
um grande conhecedor de teatro.
Conhecia muito bem a filosofia
alemã e também Sartre. Tinha um
conhecimento muito bom das artes, por um lado, e, por outro, da
história da filosofia", afirma.
Outro amigo, o crítico teatral
Sábato Magaldi, diz que Bornheim "tinha uma enorme erudição e foi um dos teóricos de teatro
mais respeitáveis do Brasil".
Renato Janine Ribeiro e Sábato
Magaldi dizem que Bornheim
combinava rigor intelectual com
extrema simplicidade, impressão
compartilhada pelo professor de
sociologia da Uerj Emir Sader:
"Era a imagem de um professor
de filosofia: reflexivo, tranquilo,
racionalista. Mas não era frio".
Texto Anterior: Literatura: "Vésperas" ata escritoras pelo fio da morte Próximo Texto: Obras de Bornheim Índice
|