São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008

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Estamos resolvendo os problemas, dizem salas

Oficina chama técnicos quando há novas peças; Satyros toma "série de medidas'

DA REPORTAGEM LOCAL

A reportagem procurou os administradores dos teatros avaliados como precários para pedir explicações sobre os problemas observados nas visitas.
No Oficina, onde não há equipe de manutenção fixa, o ator e diretor Marcelo Drummond disse que a presença permanente de técnicos depende de verba. "Quando vamos montar um espetáculo novo, chamamos os técnicos. Mas não podemos manter uma equipe todo o tempo", diz.
Drummond criticou as leis de incentivo à cultura por não aceitarem que a manutenção dos teatros seja incluída nos pedidos. "Quando fazemos um projeto para pedir verba, se colocarmos [no cálculo dos gastos] verba para a segurança do teatro, esse item não é aceito."
A sede do grupo de José Celso Martinez Corrêa também tem fiação exposta e "gambiarras" (ligações elétricas improvisadas, com fitas isolantes e benjamins), além de sofrer ataque de roedores que vêm do mercado em frente ao teatro. "Fazemos desratização com freqüência e procuramos checar a situação dos fios toda vez que trocamos de peça."
Drummond afirma que o modo "possível" de o Oficina funcionar é este. E se defende dizendo que até hoje não houve problemas graves.
O diretor do Espaço dos Satyros, Rodolfo García Vázquez, afirma que "uma série de medidas" está em curso, "dentro dos limites" do teatro. "Refizemos a iluminação de emergência, encalhamos a fiação, mudamos as caixas expostas de lugar, fizemos treinamento de incêndio e trocamos a sinalização", diz.
Durante a visita da reportagem, um funcionário instalava sinalização de emergência. E o camarim do Satyros 1, sempre cheio de figurinos e elementos do cenário, havia sido limpo antes da chegada da Folha.
O administrador do teatro Ruth Escobar, Ascânio Furtado, argumenta que os problemas detectados estão sendo resolvidos. Segundo ele, a barra antipânico quebrada foi arrumada; parte das tomadas sem espelho, consertada; e as lâmpadas sem cúpula, cobertas.
Sobre a fiação exposta, ele minimiza o problema, afirmando que os cabos estão encapados com isolamento antiincêndio. "Toda a parte elétrica do teatro está sempre em manutenção. Estávamos colocando novos cabos de aço [nos refletores] quando a Folha veio."
Já o Centro Cultural São Paulo respondeu por e-mail às observações feitas sobre a precariedade de sua fiação.
Na mensagem, a arquiteta Ana Pimenta diz que as instalações elétricas do teatro serão trocadas ainda neste ano.
Para 2009, segundo Pimenta, está programada uma reforma geral das salas de espetáculos, durante a qual todo o urdimento de madeira deverá ser substituído.

(EDUARDO SIMÕES, LUCAS NEVES e SYLVIA COLOMBO)


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