São Paulo, quarta-feira, 07 de setembro de 2011

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Sueco faz longa de espionagem sem glamour

Em 'O Espião que Sabia Demais', o cineasta Tomas Alfredson retrata infiltrado em agência de inteligência britânica

Elenco é destaque do filme, que coloca um discreto Gary Oldman entre os favoritos ao prêmio de melhor ator

MARIANE MORISAWA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM VENEZA


"O Espião que Sabia Demais", nome no Brasil para "Tinker, Taylor, Soldier, Spy", de Tomas Alfredson, exibido em competição no 68º Festival de Veneza, não tem agentes secretos voando ou esbanjando charme em smokings enquanto bebem martínis.
É como se o filme, que deve estrear em janeiro no Brasil, fosse um oposto das produções com James Bond. A espionagem se dá nos gabinetes, com homens pouco ou nada atraentes e nunca envolvidos em qualquer ação. A trama intricada, baseada no romance de John Le Carré e passada durante a Guerra Fria, exige atenção total.
George Smiley (Gary Oldman) é afastado de suas funções depois que uma ação pedida em segredo por seu chefe (John Hurt) dá errado. Mas volta quando fica claro que existe um agente duplo passando informações do MI-6 para a KGB.
O elenco é um "dream team" britânico: Colin Firth, Mark Strong, Benedict Cumberbatch, Tom Hardy, Ciáran Hinds e Toby Jones. Em vez de contratar um cineasta inglês para rodar a história, o produtor Tim Bevan escolheu o sueco Tomas Alfredson ("Deixe Ela Entrar").
Ele capricha na atmosfera, provocando um mergulho ao estilo "Mad Men", só que nos anos 1970. Como no seriado, é preciso se libertar da pressa para embarcar na história. Mas quem consegue é recompensado por um filme denso e coeso.
"Queria alguém com sensibilidade diferente, que fizesse uma jornada pela nossa cultura. E Tomas é meticuloso", explicou Bevan na entrevista coletiva.
Colin Firth afirmou que existe público para filmes como este. "Não acho que as pessoas queiram apenas violência e tiros. Sou otimista."
O elenco é um dos destaques da produção, especialmente com a atuação de Gary Oldman. Ele dá um tempo nos personagens que ele próprio descreve como frenéticos para interpretar um homem discreto e observador.
"Foi uma oportunidade de fazer diferente. Acho que Christopher Nolan [diretor de 'Batman'] foi criativo em me escalar como o comissário [Gordon]. E foi a mesma coisa com Tomas Alfredson, ele viu algo em mim."
O ator está entre os favoritos para a premiação num ano especialmente forte em interpretações masculinas.


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