São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2005

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COLEÇÃO FOLHA

CD traz o quinteto para piano "A Truta" e um quarteto de cordas

Volume reúne obras do austríaco Franz Schubert

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ele viveu menos do que Mozart, mas deixou um número de obras ainda maior. Enquanto o genial Amadeus, em seus 35 anos de idade, elaborou cerca de 600 composições, seu conterrâneo Franz Schubert (1797-1828), que aparece domingo na Coleção Folha de Música Clássica, escreveu mais de 900 peças em seus 31 anos.
Schubert foi o autor de óperas que hoje estão esquecidas e sinfonias que a posteridade se encarregou de descobrir. Mas o campo em que realmente se destacou foi a música de câmara.
A formação mais consagrada da música de câmara é o quarteto de cordas, com dois violinos, uma viola e um violoncelo. O quarteto se consolidou com o compositor austríaco Franz Joseph Haydn (1732-1809) e foi abordado com maestria pelos autores que atuaram em Viena depois dele, como Mozart, Beethoven e Schubert.
Schubert escreveu 15 quartetos de cordas, reutilizando em alguns deles temas de composições anteriores. Assim é que seu Quarteto nš 13 ficou conhecido como "Rosamunde", porque, no segundo movimento, Schubert recicla o tema de um balé homônimo que havia composto anteriormente.
Não é a única citação musical deste quarteto. No movimento seguinte, Schubert emprega outro tema de sua autoria; desta vez, o lied "Os Deuses da Grécia", sobre um poema de Schiller.
O lied era a canção romântica germânica, na qual se integravam a voz, o texto e o acompanhamento pianístico. Schubert escreveu cerca de 600 lieder (plural de lied) que, ao lado das peças de música de câmera, eram o grande chamariz das Schubertíades, noitadas promovidas por amigos do compositor regadas a criações dele.
Assim sendo, não surpreende que, além do Quarteto "Rosamunde", Schubert tenha citado temas de seus famosos lieder em outros trabalhos de sua autoria. É o caso do Quinteto "A Truta".
Trata-se de uma obra despretensiosa, descontraída e rica em melodias. O quinteto leva este nome porque, em seu quarto movimento, Schubert faz variações sobre a melodia de "A Truta", lied que relata uma pescaria, com simpatia pelo pobre peixe fisgado.


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