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"Duvido do meu talento", diz atriz
De volta ao cinema com três longas-metragens, Pfeiffer conta que não gosta de se ver na tela
Bruxa em "Stardust", que estréia nesta sexta no Brasil, atriz diz que voltou a atuar "porque a vida de mãe é muito cansativa"
DO ENVIADO A LONDRES
Michelle Pfeiffer já trabalhou com diretores célebres
(Scorsese, De Palma, Frears,
Burton) e fez par romântico
com medalhões como Al Pacino, Jack Nicholson e Sean Connery, mas se mostra surpreendentemente insegura quanto à sua capacidade como atriz.
"Às vezes, duvido do meu talento. Não gosto de me ver
atuando. Assisto a meus filmes
porque preciso e, ocasionalmente, vejo trechos durante a
filmagem, para ver se estou no
mesmo clima que os demais."
Se tal insegurança é reflexo
da escassez de prêmios ao longo de sua carreira -concorreu
três vezes ao Oscar e perdeu,
além de seis vezes ao Globo de
Ouro, tendo vencido apenas
com "Susie e os Baker Boys"-,
Pfeiffer não demonstra.
"Acho que seria ótimo ganhar um Oscar, mas é o tipo de
coisa que não se aspira a ganhar, você apenas faz as melhores escolhas possíveis [de papéis] e torce para acontecer."
Os muitos anos em Hollywood lhe ensinaram não apenas a ter uma atitude blasé, mas
também como contornar o ostracismo a que costumam ser
submetidas atrizes de meia-idade. "Depois dos 40, é preciso
começar a pensar fora da sua
caixa. Os papéis estão lá, mas é
necessário olhar de modo diferente. De certa maneira, os personagens que te oferecem ficam mais interessantes."
E como ela, que alternou sua
carreira entre produções pop
("Batman - O Retorno") e outras mais adultas ("Ligações
Perigosas") decide o que vai interpretar? De modo vago, aparentemente. "Não tenho um
plano que sigo, até deveria, mas
não tenho. Escolho pelo que me
encanta de alguma forma. Tento achar bons papéis, mas sem
muitas idéias pré-estabelecidas", conta a atriz.
Novamente bruxa
"Stardust", um conto de fadas para o público infanto-juvenil, marca a volta de Pfeiffer a
elementos de seu passado.
O gênero é o mesmo do filme
em que teve seu primeiro papel
de destaque, "Ladyhawke - O
Feitiço de Áquila" (1985). E ela
volta a fazer uma bruxa, ainda
que, na obra de Matthew
Vaughn, seu personagem seja
mais caricato que a feiticeira
sensual de "As Bruxas de Eastwick" (1987). Seu terceiro filme
lançado neste ano, "Stardust"
marca sua volta definitiva após
a parada de quatro anos. Pausa
não prevista, segundo ela.
"Simplesmente não trabalhei, não foi uma escolha consciente, só não aceitei nenhuma
proposta." Colaborou para isso
o fato de estar criando duas
crianças -Claudia Rose, 14, e
John Henry, 13- com seu marido, o escritor e produtor David Kelley. A vida familiar, aliás,
foi o que a levou de volta ao cinema. "Pensei que precisava
voltar a trabalhar para descansar um pouco, porque a vida de
mãe é muito cansativa. É gratificante, mas esgota."
O jornalista MARCO AURÉLIO CANÔNICO viajou a convite da Paramount
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