São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2008

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Hilal reflete sobre a ausência paterna em mostra

Artista capixaba de trajetória discreta ganha exposição no Sesc Pompéia, em São Paulo, com curadoria de Paulo Herkenhoff

MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A ausência do pai e o uso do ornamento guiam "Seu Sami", exposição do artista capixaba Hilal Sami Hilal que é aberta amanhã, às 19h, no Sesc Pompéia, em São Paulo. Pouco conhecido em São Paulo, Hilal é um dos mais importantes artistas do Espírito Santo e tem obras em importantes coleções do Rio, principalmente. "Seu Sami" foi montada inicialmente no Museu da Vale, em Vila Velha (ES), e depois seguiu para o Museu de Arte Moderna do Rio e para o Palácio das Artes, na capital mineira, Belo Horizonte. Quem assina a curadoria é Paulo Herkenhoff, ex-Bienal de São Paulo. "Acho que a mostra exibe o que Hilal vem desenvolvendo por 20 anos. A reconstrução da figura do pai ausente é central em sua obra", diz ele. Sami Costaki Hilal, o seu Sami, morreu quando o artista ainda tinha 12 anos. A exposição de Hilal consiste em uma reunião de grandes instalações. "Seu Sami", que também dá título à exposição e a abre, é um ambiente que mistura zonas escuras e luminosas, espelhos e uma espécie de mosaico gigante de papel. "A obra coloca o espectador em um espaço monumental, com espaços que remetem ao amor e à dor. Sua técnica também enfatiza o aspecto simbólico do ornamento", afirma o curador. Para Herkenhoff, Hilal usa sua herança síria para ver o ornamento como matéria-prima de vários significados simbólicos, que se ligam a arabescos e antigas escrituras do Oriente Médio. "É uma questão de cultura. Nesse sentido, a obra de Hilal comenta, de forma contemporânea, uma antiga linguagem." A memória é outro dos temas abordados na exposição de Hilal, como pode ser visto na instalação "Sherazade", que é uma espécie de grande livro, cujas páginas se ramificam e se espalham pelo espaço. Já "Bastidores" é marcada por letras e signos que "parecem flutuar no espaço", segundo Herkenhoff. "Hilal é muito discreto e, por isso, o conhecimento sobre sua obra ficou restrito ao Espírito Santo. Com essa mostra, seu trabalho ganha ressonância."

SEU SAMI - HILAL SAMI HILAL
Quando: abertura amanhã, às 19h (convidados); de ter. a sáb., das 10h às 20h; dom. e feriados, das 10h às 19h; até 9/11
Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, tel. 3871-7700; livre)
Quanto: entrada franca



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