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Hilal reflete sobre a ausência paterna em mostra
Artista capixaba de trajetória discreta ganha exposição no Sesc Pompéia, em São Paulo, com curadoria de Paulo Herkenhoff
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A ausência do pai e o uso do
ornamento guiam "Seu Sami",
exposição do artista capixaba
Hilal Sami Hilal que é aberta
amanhã, às 19h, no Sesc Pompéia, em São Paulo.
Pouco conhecido em São
Paulo, Hilal é um dos mais importantes artistas do Espírito
Santo e tem obras em importantes coleções do Rio, principalmente. "Seu Sami" foi montada inicialmente no Museu da
Vale, em Vila Velha (ES), e depois seguiu para o Museu de
Arte Moderna do Rio e para o
Palácio das Artes, na capital mineira, Belo Horizonte.
Quem assina a curadoria é
Paulo Herkenhoff, ex-Bienal de
São Paulo. "Acho que a mostra
exibe o que Hilal vem desenvolvendo por 20 anos. A reconstrução da figura do pai ausente
é central em sua obra", diz ele.
Sami Costaki Hilal, o seu Sami,
morreu quando o artista ainda
tinha 12 anos.
A exposição de Hilal consiste
em uma reunião de grandes
instalações. "Seu Sami", que
também dá título à exposição e
a abre, é um ambiente que mistura zonas escuras e luminosas,
espelhos e uma espécie de mosaico gigante de papel.
"A obra coloca o espectador
em um espaço monumental,
com espaços que remetem ao
amor e à dor. Sua técnica também enfatiza o aspecto simbólico do ornamento", afirma o curador.
Para Herkenhoff, Hilal usa
sua herança síria para ver o ornamento como matéria-prima
de vários significados simbólicos, que se ligam a arabescos e
antigas escrituras do Oriente
Médio. "É uma questão de cultura. Nesse sentido, a obra de
Hilal comenta, de forma contemporânea, uma antiga linguagem."
A memória é outro dos temas
abordados na exposição de Hilal, como pode ser visto na instalação "Sherazade", que é uma
espécie de grande livro, cujas
páginas se ramificam e se espalham pelo espaço. Já "Bastidores" é marcada por letras e signos que "parecem flutuar no
espaço", segundo Herkenhoff.
"Hilal é muito discreto e, por
isso, o conhecimento sobre sua
obra ficou restrito ao Espírito
Santo. Com essa mostra, seu
trabalho ganha ressonância."
SEU SAMI - HILAL SAMI HILAL
Quando: abertura amanhã, às 19h
(convidados); de ter. a sáb., das 10h
às 20h; dom. e feriados, das 10h às
19h; até 9/11
Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93,
tel. 3871-7700; livre)
Quanto: entrada franca
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