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O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Mônica Bergamo
bergamo@folhasp.com.br
RASCUNHO ELEITORAL
Além da abstenção,
também o número de votos nulos entra nos cálculos de PT e PSDB para o
segundo turno eleitoral.
O mapa com os resultados de cada Estado mostra que nos Estados do
Sul e Sudeste, por exemplo, eles foram pequenos
-3,3% no Rio Grande do
Sul, 5,2% no Paraná e
5,2% em São Paulo, reduto de José Serra. Já em
Pernambuco, em que Dilma Rousseff (PT) abre
ampla vantagem, os votos nulos chegaram a
11,5%; no Ceará, a 10,2%;
na Paraíba, a 10%.
MAIS FÁCIL
O número maior de votos
nulos em locais em que a população tem renda e escolaridade mais baixas conduzem
à suspeita de que as pessoas
não anularam seus votos de
propósito -mas sim erraram
ao ter que colocar tantos números para indicar cinco
candidatos. Agora, tendo
que indicar apenas o seu escolhido para a Presidência,
isso deve diminuir.
MAIS TARDE
Marina Silva (PV) chegou a
defender a realização de plenárias estaduais do PV para
discutir para onde vai o partido no segundo turno. A conclusão é de que ela queria
empurrar ainda mais para a
frente a discussão. A proposta não vingou.
MELODIA
Em São Paulo, PV e PSDB
se entendem. O vereador Floriano Pesaro (PSDB-SP) convidou Fabio Feldmann (PV-SP) para debater na Câmara a
política nacional de resíduos
sólidos. A ideia é mostrar que
as duas legendas tocam de
ouvido no Estado.
TORCIDA
O presidenciável José Serra (PSDB) visitou o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, no Hospital Sírio-Libanês no domingo à
noite. Ficou dez minutos com
ele na UTI.
VOU ALI E JÁ VOLTO
E Belluzzo, que as enfermeiras do hospital elegeram
como "o paciente mais paciente", conseguiu a liberação dos médicos para sair do
quarto e visitar o ex-presidente José Sarney (PMDB-SP), que está internado no
mesmo local.
VIVA MAITENA
O diretor Eduardo Figueiredo negocia o direito de outros dois textos da cartunista
argentina Maitena.
Ele, que atualmente está
em cartaz com a peça "Mulheres Alteradas", inspirada
na obra da escritora, no Teatro Procópio Ferreira, quer
montar "Superadas" e "Curvas Perigosas".
EDUCAÇÃO ARTÍSTICA
A artista Adriana Varejão
foi convidada a dar uma palestra na Universidade Yale,
nos EUA, no dia 14 de novembro, em um seminário sobre
cultura no século 19. Ela falará de sua obra e de artistas
que são referências em seu
trabalho, como Debret, Pedro Américo, Taunay e Bordallo Pinheiro.
FAMÍLIA TOP MODEL
A modelo Yasmin Brunet
desfilou ao lado da mãe,
Luiza Brunet, no lançamento da coleção de verão da
grife Bob Store. A atriz Thaila Ayala também subiu na
passarela montada no espaço Contemporâneo, anteontem, no Morumbi. A ex-VJ
Carla Lamarca assinou a trilha do desfile, e Matheus
Mazzafera, o estilo.
PATRICINHA FRANCESA
Bárbara Paz e Ricardo Tozzi são os
atores de "Hell", peça dirigida por
Hector Babenco que estreou anteontem, no Teatro do Sesi. A atriz
é Hell, uma jovem francesa que
passa o tempo comprando roupas
de grife e consumindo drogas.
"DIZIAM QUE EU ERA REPRESENTANTE DO DIABO"
Fernando Santos - 25.out.1993/ Folhapress
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A senadora Eva Blay em debate sobre aborto, em 1993
Eva Blay (PSDB-SP), suplente de Fernando Henrique Cardoso que assumiu o
Senado em 1993, quando ele
virou ministro do governo
Itamar Franco, apresentou
um projeto para legalizar a
prática do aborto no Brasil.
Ela relembra que quase foi
agredida por grupos religiosos "extremamente violentos" e diz não acreditar que a
discussão tenha tirado votos
do PT na reta final do primeiro turno eleitoral.
Folha - A senhora apresentou
um projeto para legalizar o
aborto e ele foi arquivado. Como vê o assunto voltar ao
centro dos debates no Brasil?
Eva Blay - Está havendo uma
confusão muito grande. Este
é um problema da sociedade
civil, que tem múltiplas posições a respeito da questão. E
infelizmente determinadas
igrejas ficam pressionando
por uma questão que é de
saúde pública.
Como foram as pressões na
época do seu projeto?
Convidei pessoas das mais
diferentes posições para um
debate: cientistas, políticos,
várias igrejas. Em Brasília
existe um movimento católico carismático que é extremamente violento. Eles invadiram o Senado gritando e
carregando cartazes que me
agrediam muito fortemente.
Diziam que eu era representante do diabo, fizeram insinuações sobre a minha posição como judia. Fizeram uma
missa em pleno corredor. E
alguns funcionários -isso
foi gravíssimo- do Senado
que tinham posição contrária ao projeto gritavam e tentavam me agredir. Quem me
salvou foi a [senadora] Benedita da Silva [PT-RJ].
Como?
A Benedita tinha ido lá para
dar um depoimento terrível.
Ela é contra, por suas convicções [Benedita é evangélica].
Mas disse que fez um aborto
[quando jovem] porque não
queria colocar no mundo
mais uma criança para morrer de fome. Todo mundo
chorou. Quando [os manifestantes] começaram a me cercar, a Benedita chamou a segurança. Minha filha, que estava lá assistindo, gritava:
"Mãe, não responde, não responde!". Ela ficou apavorada.
A igreja interdita o debate?
Eu não sei se é a Igreja Católica como um todo ou se é uma
facção. Pela minha experiência, eu acho que é pior com
esse grupo carismático. Mas
nós vivemos numa República. Eu tenho a referência do
judaísmo, que não proíbe o
aborto, principalmente
quando se trata da saúde da
mulher. Uma coisa é a descriminalização. A outra é "vamos fazer aborto livre". Olha,
o poder da igreja é muito
grande no Brasil. Até na Itália, que é um país católico, foi
feito um plebiscito e o aborto
hoje é legal.
O aborto tirou votos da candidata do PT?
Eu não acredito. Acho que foi
só um argumento para enganar, sabe? Eles [partidários
da candidatura de Dilma
Rousseff] têm que explicar
porque a Marina [Silva] subiu, né? E por que o Lula não
conseguiu emplacar.
CURTO-CIRCUITO
O grupo Gotan Project se
apresenta hoje, às 22h, no Tom
Jazz, com o repertório do CD
"Tango 3.0". 14 anos.
Luciana Martins e Gerson
de Oliveira lançam a nova linha da Ovo, com coquetel às
20h, na loja da Vila Olímpia.
Maria Inêz Fornazzaro
assume nesta semana a presidência da Associação Brasileira de Ouvidores em nova sede.
Amilcare Dallevo, presidente da Rede TV!, faz hoje palestra sobre a emissora e o
mercado, durante o 1º Encontro de Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi.
com DIÓGENES CAMPANHA e LÍGIA MESQUITA
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