São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2010

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Giancarlo Guerrero rege em São Paulo obra de Mahler

Maestro costarriquenho comanda a Osesp hoje, amanhã e sábado na execução da "Sinfonia n.3" do austríaco

Músico radicado nos EUA, onde é regente titular da Sinfônica de Nashville, diz que obra é grandiosa, mas simples

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Aos 41 anos de idade, o maestro costarriquenho Giancarlo Guerrero rege pela primeira vez em São Paulo nesta semana. No programa, uma das obras-primas do austríaco Gustav Mahler (1860-1911): a "Sinfonia n. 3".
Com uma hora e 40 minutos de duração, a obra requer, além da Osesp, a participação de coro feminino e infantil e de uma excelente contralto, a francesa Nathalie Stutzmann, para cantar textos de Nietzsche ("Assim Falava Zaratustra") e da coletânea "A Trompa Mágica do Menino".
"É uma sinfonia grandiosa, mas, do ponto de vista logístico, simples para o maestro, porque Mahler foi um grande regente e deixou tudo anotado meticulosamente. A gente não tem que adivinhar nada", explica.
Nascido na Nicarágua, ele se mudou para a Costa Rica na infância. Futuramente, Guerrero adotaria a nacionalidade costa-riquenha.

REGÊNCIA
Na pátria adotiva, começou a estudar percussão e foi só durante a graduação, no Texas (EUA), que sua atenção se voltou para a regência. "O frustrante para um jovem regente é não ter oportunidades de praticar. Na Costa Rica, não temos Exército, mas há bandas militares em todas as províncias e foi com uma delas que pude começar a ter na mão uma baqueta." Ele tocava percussão na Sinfônica de San José, capital da Costa Rica, e regia uma banda local, até que seu talento foi detectado por José Antonio Abreu, 71, o responsável pelo grandioso sistema de orquestras jovens estabelecido na Venezuela em 1975. Depois de três anos venezuelanos, acabou se radicando nos EUA, onde é regente titular da Sinfônica de Nashville (Tennessee). Mas confessa uma certa nostalgia dos tempos de músico de orquestra: "Sinto falta da camaradagem, de poder ficar tirando sarro dos regentes. O trabalho de maestro é muito solitário".

GIANCARLO GUERRERO E OSESP

QUANDO hoje e amanhã, às 21h; sáb, às 16h30
ONDE Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, 16, tel. 0/xx/11/3223-3966)
QUANTO R$ 36 a R$ 122


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