São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
CINEMA "Você pode evitar as drogas, mas não um vírus", diz Soderbergh Nova empreitada do diretor norte-americano, filme "Contágio" estreia hoje no Festival do Rio Com novo longa, cineasta diz querer fazer com botões de elevador o que "Tubarão" fez às praias FERNANDA EZABELLA DE LOS ANGELES "Contágio", o novo experimento de Steven Soderbergh no cinema, é como pornografia pesada para os obcecados com germes. "Quero fazer com botões de elevador o que 'Tubarão' fez pelas praias", diz o diretor, rindo. De fato, sua câmera se alonga em closes demorados de maçanetas e apertos de mãos. Pronto, mais uma pessoa é infectada por um vírus mortal, o protagonista invisível deste filme, que estreia hoje no Festival do Rio. "Contágio" tem elenco estelar, com pequenas e poderosas pontas, como das ganhadoras do Oscar Gwyneth Paltrow, Kate Winslet e Marion Cotillard. Não estraga dizer que nem todas sobrevivem, uma delas logo no início, como entrega o trailer. Matt Damon, em sua sexta parceria com Soderbergh, é o protagonista, no papel de um homem imune ao vírus que tenta proteger o que sobrou de sua família nos EUA. Jude Law faz um blogueiro ativista de ética duvidosa, que tenta manchar a reputação dos reais heróis dessa história: os cientistas que tentam achar a vacina e os órgãos de saúde que tentam controlar o caos. "Contágio" tem o mesmo pique documental de "Confissões de uma Garota de Programa" (2009), no qual seguia de forma monótona e realista a vida de uma prostituta de luxo, mas num embalo de thriller paranoico, seguindo as consequências em cadeia de uma pandemia. "Para este filme, a regra era: tudo o que acontece tem de ser cientificamente possível", diz o roteirista Scott Z. Burns, que trabalhou com Soderberg e Damon em "O Desinformante", de 2009. Ele contou com a ajuda de dez médicos e especialistas em epidemias. Meses depois de começar a pesquisa, a gripe suína (H1N1) explodia no México, o que o ajudou a entender as reações em tempo real de governos e pessoas. "Espero que não vejam este filme e parem de se abraçar ou dar as mãos. Não é isso", diz Burns. "Mas, se você está doente, fique em casa, porque partilhamos lugares. E se tiver vacina, tome." Soderbergh comparou a experiência com seu filme "Traffic" (2000), sobre as diversas faces do narcotráfico, que deu um Oscar ao diretor. "Quando você fala sobre drogas, imediatamente há um aspecto político e você polariza o público", diz o diretor. "Mas com um vírus não existe associação política. Você pode evitar as drogas, mas não um vírus . É impossível." CONTÁGIO DIREÇÃO Steven Soderbergh PRODUÇÃO EUA, 2011 COM Matt Damon, Gwyneth Paltrow, Marion Cotillard ONDE sexta, às 16h30 e às 21h30, no Roxy 3; sábado, às 17h e às 21h30, no Estação Sesc Rio 1; domingo, às 14h e às 19h, no Kinoplex Leblon 4; quinta, às 15h20 e às 19h40, no Estação Vivo Gávea 5; 28/10 no circuito nacional CLASSIFICAÇÃO 14 anos Texto Anterior: "Mestre do terrir" volta à cena com mostra e novo filme Próximo Texto: Festival do Rio tem mostra de horror e música Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |