São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2011

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Festival do Rio tem mostra de horror e música

Kevin Smith mostra suspense sobre fanáticos e banda Kings of Leon lança biografia

CARLOS MESSIAS
DE SÃO PAULO

Nesta edição do Festival do Rio, a mostra "Midnight Movies", supostamente dedicada a filmes mais experimentais, se dividiu em duas vertentes: "Midnight Música" e "Midnight Horror" (conheça alguns destaques desses ciclos no quadro ao lado).
Em ambas as subdivisões, há produções que fogem do senso comum em seus gêneros. "Red State", o aguardado "filme sério" do norte-americano Kevin Smith ("O Balconista"), é um híbrido de drama, suspense e terror.
Após uma série de comédias malsucedidas, o cineasta promete ressurgir do ostracismo com essa contundente história de um grupo de fundamentalistas cristãos.
Três adolescentes encontram na internet uma mulher disposta a fazer sexo com todos eles ao mesmo tempo.
Sem desconfiar da armadilha, os amigos acordam em uma igreja em que uma seita de fanáticos executa homossexuais em rituais de fazer inveja à Ku Klux Klan.
Roteirista, diretor e montador do longa, Smith revela um talento natural para criar tensão no espectador.
O tema é tratado com a seriedade necessária e traz atuações contundentes de Michael Parks, que vive o pastor, e de John Goodman, que interpreta um agente secreto.

REIS DA ROÇA
Já o documentário biográfico "Talihina Sky: The Story of Kings of Leon", sobre a banda Kings of Leon, consiste em uma proposta original.
Produzido pelos próprios integrantes da banda americana Kings of Leon, o filme surge na esteira de documentários como "Back and Forth", do Foo Fighters, e "Pearl Jam Twenty", do Pearl Jam (também integrante da "Midnight Música"), mas supera-os facilmente. O longa rompe com a sequência cronológica (e burocrática) tão comum ao gênero e foca nas origens da banda, formada por três irmãos e um primo, no interior de Oklahoma e Tennessee.
A história da família é contada por meio de imagens de acervo pessoal e de entrevistas com os pais, os inúmeros tios e o avô, Leon Followill.
As pobreza na infância, os embates pessoais, experiências com drogas e o eterno conflito entre a formação religiosa e a vida na estrada são narrados de forma convincente.
Em vez de fazer roqueiros casca-grossa parecerem bonzinhos, o filme exalta os podres dos caipiras inocentes que eles já pareceram. E é justamente essa imagem que parecem agora querer apagar.



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