São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2011

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CRÍTICA COMÉDIA

Huppert brilha em produção frágil com roteiro esquemático

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Compor personagens ambíguos e socialmente deslocados é o grande talento de Isabelle Huppert.
A atriz tem um arsenal de registros, variando da perversidade à loucura, da neurose passional ao cinismo, passando pela índole instável, como Babou, de "Copacabana", longa de Marc Fitoussi.
Avessa ao doutrinamento e ao cálculo, ela nunca teve uma existência estável. Viveu como saltimbanca, teve vários empregos de curta duração, criou a filha, Esmeralda (Lolita Chammah, filha da própria Huppert), dentro de padrões anticonformistas.
Mas seu temperamento exuberante e impulsivo fez com que a filha tivesse vergonha dela, julgando-a louca. Quando a jovem anuncia o casamento com o namorado e pede que a mãe não compareça à cerimônia, Babou resolve aceitar uma proposta de emprego absurda: vender apartamentos em um balneário belga no inverno.
Mesmo com seu jeito de eterna adolescente, ela se destaca em um ambiente dominado pela hipocrisia dos patrões e pela rivalidade dos colegas, amplificados por um contexto social de desemprego que o filme capta bem.
O desempenho de Huppert é o ponto alto da obra. Mas o roteiro peca pelo esquematismo da oposição entre mãe e filha e pelo descompasso na situação material de Babou, que escolhe a marginalidade, mas não vive na pele as consequências. Anódina, a direção prejudica o todo.

COPACABANA
DIREÇÃO Marc Fitoussi
PRODUÇÃO França, 2010
COM Isabelle Huppert
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO regular



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