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MÚSICA
Festival Goiânia Noise reúne em sua nona edição 42 bandas independentes
Abrigo subterrâneo
DA REDAÇÃO
Passada a ressaca do carioca
Tim Festival, o rock migra para o
centro do país. Acontece de hoje a
domingo a nona edição do Goiânia Noise, evento que agrupa e dá
visibilidade a 42 bandas independentes do Brasil (e do Japão).
É bom tomar cuidado antes de
tascar o rótulo "festival indie":
além de estender seus tentáculos
para bem longe, escalando os
punks japoneses Guitar Wolf, o
Goiânia Noise será visto por 5.000
pessoas em cada um dos seus dias
-o Tim, com um orçamento pelo menos cem vezes maior, lotava
sua capacidade com 6.600 lugares.
O evento goianiense é abrigado
no Jóquei Clube da cidade. Terá
dois palcos -um no salão social e
outro no ginásio- e uma área externa que terá bares, lanchonetes,
LAN houses e um bazar com estandes de selos e gravadoras independentes. O evento tem o apoio
da prefeitura e encerra as comemorações do aniversário de 70
anos da cidade.
"O nosso objetivo é juntar essas
bandas em Goiânia, que normalmente não teriam oportunidade
de vir para cá, e trazer aqueles que
foram representativos durante o
ano, na nossa visão. Gente que se
destacou em 2003", diz Leonardo
Razuk, 31, da gravadora Monstro
Discos, que organiza o festival.
Sem esquema
Dentro de sua programação, o
festival abre espaço também para
bandas já bem conhecidas do
país, como Ratos de Porão, Mundo Livre S/A e Autoramas. No ano
passado, tocaram Lobão e Los
Hermanos, por exemplo.
"Eles [os organizadores do GN]
não chamam qualquer um. Não
tem pressão de gravadora, não
tem nenhum esquema. Eles chamam quem realmente tem um
outro tipo de patrimônio, que é o
patrimônio de credibilidade", diz
Fred Zero Quatro, 41, líder e vocalista do Mundo Livre S/A.
"É um público antenado, bem
informado, que gosta de bandas
como Guitar Wolf, desconhecidas
do grande público. Para nós é
uma satisfação especial ser chamado para um evento como esse.
O circuito independente está se
organizando cada vez mais e
mantendo uma autonomia."
A banda pernambucana aproveita o festival para divulgar seu
mais recente álbum, "O Outro
Mundo de Manuela Rosário",
lançado pela pequena Candeeiro.
"Há todo um modelo hegemônico de gravação, distribuição e
de shows que está sendo totalmente desconstruído por várias
questões de mercado. Acho que
as próprias grandes gravadoras se
deram conta que aquele modelo
se esgotou. Tanto é que um disco
independente leva o Mundo Livre
a ter um trânsito bem fluido em
eventos desde o Goiânia Noise até
um Skol Hip Rock, que é muito
mais mainstream", afirma.
A banda japonesa de space-punk-rock Guitar Wolf, o nome
internacional do GN, apresenta
seu show costumeiramente rápido e alto também em São Paulo
(11/11), Belo Horizonte (13/11) e
Rio de Janeiro (15/11).
É a segunda vez que o grupo, integrante do cast do respeitado selo americano Matador, vem ao
Brasil. Em 2001, eles tocaram em
um festival em Campo Grande
(MS). E apenas lá.
(THIAGO NEY)
GOIÂNIA NOISE. Quando: de hoje a
domingo, a partir das 18h. Onde: Jóquei
Clube de Goiás (av. Anhanguera, 3.653,
Goiânia). Quanto: R$ 10. Inf.:
www.monstrodiscos.com.br.
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