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Crítica
Luc Besson cria Joana d'Arc da pancadaria
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É bom que "Joana d'Arc de Luc Besson" (TNT, 1h) se
apresente como "de Luc Besson". A história da santa guerreira conheceu versões célebres. Dreyer fez a sua na era
muda extraindo tudo da expressividade de sua atriz, Falconetti.
O filme tornou-se um clássico, mas Falconetti nunca mais
quis ouvir falar de cinema, tais
os sacrifícios a que havia sido
submetida.
Robert Bresson fez sua versão contra a de Dreyer (de que
não gostava), retirando de Joana toda expressividade. O princípio é oposto, mas o resultado,
igualmente magnífico. A versão de Victor Fleming é pouco
feliz, talvez por ter no centro
uma estrela como a atriz Ingrid
Bergman.
Já a de Luc Besson corresponde, tristemente, eu diria,
aos dias atuais. Temos uma
Joana d'Arc em cena, mas poderia ser também Bruce Lee.
Mais (ou menos) que uma
guerreira, é uma lutadora, sua
religião é a porrada, sua arma
mais espiritual é o preparo físico; sua penitência, puxar ferro.
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