São Paulo, terça-feira, 07 de novembro de 2006

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Crítica

Luc Besson cria Joana d'Arc da pancadaria

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É bom que "Joana d'Arc de Luc Besson" (TNT, 1h) se apresente como "de Luc Besson". A história da santa guerreira conheceu versões célebres. Dreyer fez a sua na era muda extraindo tudo da expressividade de sua atriz, Falconetti.
O filme tornou-se um clássico, mas Falconetti nunca mais quis ouvir falar de cinema, tais os sacrifícios a que havia sido submetida.
Robert Bresson fez sua versão contra a de Dreyer (de que não gostava), retirando de Joana toda expressividade. O princípio é oposto, mas o resultado, igualmente magnífico. A versão de Victor Fleming é pouco feliz, talvez por ter no centro uma estrela como a atriz Ingrid Bergman.
Já a de Luc Besson corresponde, tristemente, eu diria, aos dias atuais. Temos uma Joana d'Arc em cena, mas poderia ser também Bruce Lee. Mais (ou menos) que uma guerreira, é uma lutadora, sua religião é a porrada, sua arma mais espiritual é o preparo físico; sua penitência, puxar ferro.


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