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TELEVISÃO
Crítica
"Glen ou Glenda?" atesta coragem de Ed Wood
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Não é segredo para ninguém
que "Glen ou Glenda?" (Telecine Cult, às 20h30; não recomendado a menores de 12
anos) é uma droga de filme,
perpetrado em 1953 por
Edward D. Wood Jr., conhecido, em certo momento, como
"o pior cineasta do mundo".
Não há porque recuperá-lo
como trash ou outros modismos. Wood é irrecuperável. E
no entanto...
O próprio Wood faz o papel
principal: o de um homem que
gosta de se vestir de mulher,
embora não seja homossexual.
Aliás, a heterossexualidade é
seu problema, pois terá de explicar as coisas à sua noiva, a
horas tantas.
Sendo um filme fartamente
autobiográfico, ele estampa a
coragem de Wood em abordar
de frente os mistérios humanos. Podemos reconhecer nele
um autor, um artista que se coloca inteiro em sua obra. Coisa
para pouca gente.
Desgraçadamente, trata-se
de um artista de pouco talento,
pois essas virtudes são contrabalançadas pela narrativa primária e sem mistério nenhum.
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