São Paulo, sexta-feira, 07 de novembro de 2008

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Jazzista inicia turnê embalada por Obama

Diane Schuur faz shows em SP e no Rio e espera que o jazz volte à Casa Branca, no lugar da música country

CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Às vésperas de embarcar para o Brasil, anteontem, ao falar à Folha por telefone, a cantora e pianista Diane Schuur ainda estava bastante emocionada pelo anúncio da vitória de Barack Obama na eleição para a presidência dos EUA. "Estou chorando há horas.
Não posso ver as imagens da TV, mas posso sentir a emoção das pessoas", disse a norte-americana, cega de nascença por um acidente hospitalar. "A vitória de Obama pode mudar o mundo. Agora as pessoas que não gostam dos Estados Unidos podem nos respeitar. Uma nova era está começando."
Dizendo que considera o Brasil seu "segundo lar", Diane lembra que já cantou diversas vezes aqui desde sua estréia, em 1988, no extinto Free Jazz Festival. Ela inicia a nova turnê no Bourbon Street, em São Paulo, canta no Canecão, no Rio, e volta a SP para dois concertos com a Jazz Sinfônica, no Auditório Ibirapuera.
Desta vez, exibe o repertório do recente "Some Other Time" (Concord), seu 19º CD, gravado em homenagem à sua mãe, morta 40 anos atrás, que destaca clássicos da canção norte-americana, como "They Say It's Wonderful" (Berlin) e "Nice Work If You Can Get It" (Gershwin).
"É um álbum romântico. Ao escolher as faixas muitas emoções do passado vieram à minha memória", comenta a intérprete, que optou por versões bem jazzísticas.
Nos concertos com a Jazz Sinfônica, cujos ingressos já estão esgotados, vai relembrar sucessos de outras épocas, como "The Very Thought of You" (Ray Noble), "Every Time We Say Goodbye" (Cole Porter) e "Funny" (Ray Charles).
Estimulada pela vitória de Obama, a cantora e pianista diz que vai fazer o que estiver ao seu alcance para conduzir o jazz de volta à Casa Branca, como nos tempos do presidente Bill Clinton.
"Nada contra, mas chega de música country. Vou falar com o presidente Obama sobre isso assim que tiver oportunidade.
O jazz é a grande forma de arte norte-americana. Está na hora de o jazz retornar à Casa Branca", afirma a cantora.

DIANE SCHUUR
Quando: dia 11 (Bourbon); dia 13 (Canecão); 14 e 15 (Auditório Ibirapuera)
Onde: Bourbon (r. dos Chanés, 127; tel. 0/xx/11/5095-6100); Canecão (r. Venceslau Brás, 215, Rio; tel. 0/xx/21/ 2105-2000); Auditório Ibirapuera (pq. Ibirapuera, portão 2, tel. 0/ xx/11/ 3629-1000)
Quanto: R$ 150 (Bourbon, couvert artístico); de R$ 100 a R$ 180 (Canecão Petrobrás); R$ 30 e R$ 15 (Auditório Ibirapuera, ingressos esgotados)
Classificação: 18 anos (Bourbon); menores de 15 anos com os pais (Canecão); livre (Auditório Ibirapuera)



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