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Jazzista inicia turnê embalada por Obama
Diane Schuur faz shows em SP e no Rio e espera que o jazz volte à Casa Branca, no lugar da música country
CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Às vésperas de embarcar para o Brasil, anteontem, ao falar
à Folha por telefone, a cantora
e pianista Diane Schuur ainda
estava bastante emocionada
pelo anúncio da vitória de Barack Obama na eleição para a
presidência dos EUA.
"Estou chorando há horas.
Não posso ver as imagens da
TV, mas posso sentir a emoção
das pessoas", disse a norte-americana, cega de nascença
por um acidente hospitalar. "A
vitória de Obama pode mudar o
mundo. Agora as pessoas que
não gostam dos Estados Unidos podem nos respeitar. Uma
nova era está começando."
Dizendo que considera o
Brasil seu "segundo lar", Diane
lembra que já cantou diversas
vezes aqui desde sua estréia,
em 1988, no extinto Free Jazz
Festival. Ela inicia a nova turnê
no Bourbon Street, em São
Paulo, canta no Canecão, no
Rio, e volta a SP para dois concertos com a Jazz Sinfônica, no
Auditório Ibirapuera.
Desta vez, exibe o repertório
do recente "Some Other Time"
(Concord), seu 19º CD, gravado
em homenagem à sua mãe,
morta 40 anos atrás, que destaca clássicos da canção norte-americana, como "They Say
It's Wonderful" (Berlin) e "Nice Work If You Can Get It"
(Gershwin).
"É um álbum romântico. Ao
escolher as faixas muitas emoções do passado vieram à minha memória", comenta a intérprete, que optou por versões
bem jazzísticas.
Nos concertos com a Jazz
Sinfônica, cujos ingressos já estão esgotados, vai relembrar
sucessos de outras épocas, como "The Very Thought of You"
(Ray Noble), "Every Time We
Say Goodbye" (Cole Porter) e
"Funny" (Ray Charles).
Estimulada pela vitória de
Obama, a cantora e pianista diz
que vai fazer o que estiver ao
seu alcance para conduzir o
jazz de volta à Casa Branca, como nos tempos do presidente
Bill Clinton.
"Nada contra, mas chega de
música country. Vou falar com
o presidente Obama sobre isso
assim que tiver oportunidade.
O jazz é a grande forma de arte
norte-americana. Está na hora
de o jazz retornar à Casa Branca", afirma a cantora.
DIANE SCHUUR
Quando: dia 11 (Bourbon); dia 13 (Canecão); 14 e 15 (Auditório Ibirapuera)
Onde: Bourbon (r. dos Chanés, 127; tel.
0/xx/11/5095-6100); Canecão (r. Venceslau Brás, 215, Rio; tel. 0/xx/21/
2105-2000); Auditório Ibirapuera (pq.
Ibirapuera, portão 2, tel. 0/ xx/11/
3629-1000)
Quanto: R$ 150 (Bourbon, couvert artístico); de R$ 100 a R$ 180 (Canecão
Petrobrás); R$ 30 e R$ 15 (Auditório
Ibirapuera, ingressos esgotados)
Classificação: 18 anos (Bourbon); menores de 15 anos com os pais (Canecão); livre (Auditório Ibirapuera)
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