São Paulo, sábado, 7 de novembro de 1998

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Jô Soares, a ficção e o real

Niels Andreas/Folha Imagem
Jô Soares durante entrevista em seu apartamento em São Paulo


MARCELO RUBENS PAIVA
especial para a Folha

Jô Soares é uma entidade no Brasil. É o quê? Um humorista que escreve seus shows. É um músico, pintor, ator, diretor, homem de rádio e TV. É um homem-show.
Agora, abraça com afinco a nova carreira literária. Depois do bem-sucedido "O Xangô de Baker Street" (420 mil cópias vendidas no Brasil), lança "O Homem Que Matou Getúlio Vargas" -dedicado ao seu filho Rafael- e avisa que tem três novos romances hibernando na cabeça.
Jô já fez de tudo um pouco. Nos anos 60, esteve envolvido com artistas plásticos de São Paulo no movimento conhecido como underground. Dividiu ateliê com o artista Aguilar, expôs na 9ª Bienal de São Paulo, esteve em um filme de José Agripino e "combateu" o regime militar confeccionando um balão escrito "Abaixo o regime!", para ser lançado sobre o estádio do Pacaembu. Detalhe: devido ao peso, o balão não subiu, encerrando a carreira subversiva.
Atingiu o cume da popularidade em programas de TV como "Família Trapo". Está há dez anos no ar, no SBT, com "Jô Onze e Meia".
Ele recebeu a Folha em seu apartamento, em São Paulo, amplo e quieto, silencioso demais para quem anima as noites de milhões de brasileiros, suficientemente silencioso para quem escreve romances.
No apartamento, dois cachorros com nome de gente (Jorge e Isabel) e uma discreta empregada eram as únicas presenças vivas, apartamento surpreendentemente vazio para quem está sempre rodeado.
Fumando sem parar (charutos e cigarros), diante de duas xícaras grandes de café, Jô Soares parecia um garoto renovado e eufórico com sua nova empreitada.



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