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Jô fez sozinho seu "F. Gump'
da Reportagem Local
Para fazer "O Xangô...", Jô
Soares trabalhou com uma
equipe de pesquisadores.
Em "O Homem Que Matou
Getúlio Vargas", o "showman" fez toda a pesquisa
histórica sozinho.
Nos dois livros a receita é
a mesma. Entrelaçar ficção
e realidade. Antes de fazer
esse "bordado", Jô devorou
mais de 80 livros que tratavam de temas tão diversos
quanto gripe espanhola e a
espiã Mata Hari.
Dimitri Korozec, protagonista de "O Homem...",
assim como o desastrado
Forrest Gump (filme de
1994 com Tom Hanks), tropeça em episódios reais durante toda a trama.
O ficcional Dimitri, por
exemplo, no livro foi amante de Hari durante viagem
no trem Orient Express, em
1914, e traz a gripe espanhola ao Brasil, em 1918.
Muito da pesquisa aparece como ficção. Há desde
marcas verdadeiras de cigarro de 1936 (como Elite e
Maxixe) quanto falsos personagens, como o anarquista Gérard Bouchedefeu (cuja fotografia, no livro, mostra o guitarrista Rubinho,
do Quinteto Onze e Meia).
Jô não teme confundir os
leitores com mistura entre
ficção e realidade. "Quanto
mais o que for ficção parecer real e vice-versa, mais
me sinto gratificado", diz
Jô.
(CASSIANO MACHADO)
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