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The Cult retorna "clássico" ao Brasil
Grupo inglês toca pela quarta vez no país embalado por hits dos anos 80
Em entrevista, guitarrista Billy Duffy diz que grupo, que retornou no fim de 2005, atualmente toca sem as pressões do passado
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O culto ao veterano The Cult
é cheio de altos e baixos, mas o
grupo inglês sempre encontra
seguidores fiéis no Brasil. Em
sua quarta turnê por aqui -hoje e amanhã em São Paulo, sábado no Rio e terça em Curitiba-, a banda costuma usar o
país como palco para algumas
de suas principais fases.
Mesmo que desde sua formação, no começo dos anos 80, a
banda seja constantemente ridicularizada por críticos por estar fora de seu tempo e por sua
postura um tanto hippie/esotérica, no Brasil, a questão nunca
importou muito. Hoje, o Cult é
banda clássica por aqui, e seus
antigos hits, como "She Sells
Sanctuary", "Revolution" e
"Edie (Ciao Baby)", ainda tocam à exaustão nas conservadoras rádios locais e o colocam
ao lado de "dinossauros" como
Deep Purple e Led Zeppelin.
"O que o Cult significa para
mim hoje? [longa pausa] Em alguns aspectos, vejo a banda como o melhor emprego do mundo. Hoje estou um pouco mais
desconectado do Cult, e consigo olhar de uma maneira objetiva e curtir. Só temos feito shows, e
no fundo não estou
realmente com planos de um novo
disco", diz o guitarrista Billy Duffy,
que, com o vocalista Ian Astbury, é a
essência do Cult.
Não é qualquer
banda que termina
e retorna duas vezes e ainda consegue ser levada a sério pelo público e
pelos próprios integrantes. Na primeira vez, em 1995,
o grupo terminou
logo após um show,
no Rio de Janeiro.
Duffy conta o
que aconteceu na
noite fatídica: "O
show foi muito
bom e alegre. Em
seguida, fomos à
praia e encontramos um bar aberto
em Copacabana às
4h da manhã. Ian estava meio
pirado há semanas, e cada vez
ia ficando mais esquisito, se escondendo das pessoas. Todos
da equipe, umas 50 pessoas, estavam no bar. Ian ficou psicótico e simplesmente fugiu. Pegou
dinheiro com o nosso empresário, tomou um avião e foi para
os EUA", diz. "O espírito da
banda tinha acabado antes. Deveríamos ter terminado logo
depois de "Sonic Temple" [1989,
disco que tornou o Cult uma
megabanda]. Ian estava saturado e não queria continuar."
Retorno
Durante essas pausas, Astbury e Duffy partiram para outros projetos. O vocalista tentou a carreira solo, montou outra banda, Holy Barbarians, e
substituiu Jim Morrison no
Doors of the 21st Century, com
remanescentes do Doors
-oportunidade para finalmente assumir o posto de um dos
seus principais ídolos, de quem
copiou trejeitos de palco.
Já Duffy tocou no Dead Men
Walking e Cardboard Vampyres, neste ao lado do ex-guitarrista do Alice in Chains, Jerry
Cantrell. "Ian se beneficiou
muito por tocar nos Doors, ele
aprendeu um monte. Nem ele
nem eu queríamos estar em
apenas uma banda durante
muito tempo; agora estamos
mais focados", afirma Duffy,
que agora tem como companheiros de Cult o guitarrista
Mike Dimkitch, o baixista
Chris Wyse e o baterista John Tempesta
(do White Zombie).
"Por que sempre
volto ao Cult? Talvez
porque eu tenha escrito todas as músicas, talvez porque
nossas músicas continuam a tocar nas
rádios e em filmes
após 20 anos", diz
Duffy, que afirma
não ter retornado
por dinheiro. "Dinheiro é legal, mas financeiramente eu
estou bem. O Cult
não é a maior banda
do mundo, mas também não é a menor."
THE CULT
Onde: Credicard Hall
(av. das Nações Unidas, 17.955, Vila Almeida, SP, tel. 0/ xx/
11/6846-6010)
Quando: hoje, às 21h30;
amanhã, às 22h
Quanto: R$ 90 a R$ 240
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