São Paulo, sexta-feira, 07 de dezembro de 2007

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Crítica

Pessoas perdidas são o essencial de "Alta Fidelidade"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Essa gente perdida que freqüenta a loja de discos de John Cusack, ou antes, que freqüenta "Alta Fidelidade" (Cinemax, 22h) é o que existe de mais gostoso, ou mais interessante, neste filme de Stephen Frears. O próprio Cusack, aliás, é um gauche na vida que fica tentando descobrir as razões que levaram a namorada a despachá-lo. Mas os seus contratados, que deviam trabalhar três dias por semana, mas não conseguem viver sem freqüentá-la, são os tipos mais exemplares.
Com eles, o filme se coloca bem longe e bem fora dessa ideologia da voracidade, segundo a qual da vida não se pode perder um minuto. O que é perder, quando de vida se trata? Quando a perdemos? Por que seria a ação melhor do que a contemplação?
Há toda uma série de lugares-comuns contemporâneos que essas vidas inúteis, mas tão simpáticas, colocam em questão ao longo do filme. A trama se desenrola com muitas variantes, mas o essencial está na circulação de perdidos nessa loja de discos usados.


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