São Paulo, terça-feira, 07 de dezembro de 2010
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Maestro Tibiriçá deixa a Sinfônica de Heliópolis Isaac Karabtchevsky deve assumir o lugar do regente, que faz hoje em SP concerto fechado de despedida "Muito triste", maestro dispensado evita falar em demissão; direção da orquestra diz querer "subir um degrau"
IRINEU FRANCO PERPETUO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O maestro Roberto Tibiriçá não é mais o diretor-artístico da Sinfônica de Heliópolis. Ele será substituído no cargo pelo maestro paulista Isaac Karabtchevsky, 76. Tibiriçá faz hoje, na Sala São Paulo, um concerto fechado, que marca sua despedida do cargo que ocupava desde 2005. Ele dirigiu a primeira turnê europeia da sinfônica em outubro passado, quando, a convite da televisão alemã Deutsche Welle, o grupo participou do Festival Beethoven, na cidade natal do compositor alemão e antiga capital da Alemanha Ocidental, Bonn. O regente se disse "muito triste" com a saída do posto. "Não sei se a palavra exata seria "demitido". Não gostaria de colocar assim", afirmou. A orquestra funciona no âmbito do Instituto Baccarelli, criado em 1998 pelo maestro Silvio Baccarelli -até então, mais famoso pelo coro e orquestra que eram presença constante nos casamentos de São Paulo- para oferecer educação musical na favela de Heliópolis. Hoje, a Sinfônica de Heliópolis tem como patrono o indiano Zubin Mehta, 74, e é constituída de 75 jovens de famílias de baixa renda, que recebem bolsa auxílio para que possam se dedicar ao estudo instrumental e conquistar seu espaço dentro do meio artístico. "Não está havendo troca de maestro, e sim a renovação de um ciclo", afirma Edmilson Venturelli, diretor de relações institucionais do Instituto Bacarelli. "Tibiriçá realizou um trabalho louvável e admirável e fecha seu ciclo de forma extremamente positiva. Temos gratidão por seu trabalho brilhante", diz. "Agora, temos o desejo de reposicionar a orquestra um degrau acima." Embora Venturelli não confirme seu nome, a Folha apurou que o novo regente será Karabtchevsky, diretor artístico da Orquestra Petrobras Sinfônica (onde sucedeu o mesmo Roberto Tibiriçá, em 2003). Ele assume a Sinfônica de Heliópolis na esteira de sua saída da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, que chefiava desde 2003, e da qual pediu demissão no final de outubro deste ano. No ano que vem, ele realiza uma série de projetos com a Osesp, incluindo a execução da "Sinfonia n. 9", de Gustav Mahler (1860-1911), na Sala São Paulo, assim como a gravação integral das sinfonias de Villa-Lobos (1887-1959). Texto Anterior: Opinião: "Romeu e Julieta" foi a parceria mais bem-sucedida Próximo Texto: FOLHA.com Índice | Comunicar Erros |
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