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OUTRA FREQUÊNCIA
O que um radinho paraguaio tem a oferecer
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O que nos resta hoje no rádio:
algumas estações de FM
com sintonia relativamente boa,
outras várias com interferência de
emissoras piratas e as AMs com
aquele som chiado e abafado.
Muita gente não sabe, mas esses
aparelhos que só permitem mudar da FM para a AM simplesmente ignoram um monte de coisa bacana que está no ar. BBC de
Londres com noticiário em português, o histórico programa "A
Voz da América" e rádios de países de língua portuguesa da África
são só alguns exemplos do que a
maioria dos ouvintes desperdiça.
São as estações em ondas curtas,
que nos aparelhos mais antigos
vinham na faixa chamada OC ou
SW ("short wave"). Vedete dos
primórdios da comunicação, as
rádios, de longo alcance, foram as
que trouxeram ao Brasil as notícias das guerras, os discursos de
Hitler, as que hoje levam a Cuba
as palavras de cubanos que fugiram para Miami etc etc etc.
No Brasil, segundo levantamento de 2002 do Ministério das Comunicações, há mais de 60 emissoras de ondas curtas. Em SP, são
mais de 20. Algumas estão inativas e o governo chega a receber a
concessão de volta. Mas muitas
operam, usando a OC, por exemplo, para levar a programação de
AM ou FM local para todo o país.
Hoje obscuras, essas emissoras
poderão renascer. Seria uma das
consequências da tão comentada
digitalização do rádio, que daria
às OCs, atualmente de difícil sintonia, som com qualidade de CD.
O assunto vai ganhar destaque
em 2003 e será uma das prioridades da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV).
"Por um bom tempo, o governo
parou de liberar ondas curtas.
Com isso, os aparelhos com essa
faixa pararam de ser fabricados. A
única solução para recuperar esse
segmento, que tem enorme potencial, seria a digitalização", diz
Ronald Siqueira Barbosa, responsável pelo assunto na Abert.
Para fevereiro, está sendo agendada uma demonstração de
transmissão digital com o padrão
norte-americano. Será o começo
do lobby gringo pelo mundo.
Nos EUA, a rádio digital começa
a ser implantada. A retomada das
ondas curtas, no entanto, foi na
Guerra do Golfo. A venda de aparelhos com faixa OC cresceu 40%
quando uma bomba atingiu, em
Bagdá, o prédio responsável pela
geração de informação por satélite. Por um tempo, só as OCs traziam notícias do conflito, o que
causou corrida aos radinhos.
Por aqui, essa novela ainda nem
começou. Quem quiser sintonizar
já as emissoras estrangeiras e brasileiras de OC tem uma saída: os
radinhos paraguaios. E, em SP, o
endereço é: r. Santa Ifigênia.
laura@folhasp.com.br
"PÂNICO"
Diego, do Santos, dá recorde à Jovem Pan
A Jovem Pan comemora o recorde de audiência do "Pânico" na internet: 225 mil pessoas assistiram à transmissão
da entrevista do meio-campo
Diego, do Santos, durante as
festas do fim do ano. Depois
disso, a direção da rádio decidiu que manterá o programa
na rede em 2003. E continuam
as negociações para levar a
atração para a televisão.
LITERATURA
Ex-secretário quer levar seu programa para a TV
Ex-secretário da Cultura de SP,
o jornalista Rodolfo Konder
quer ler suas crônicas na TV.
"O Sabor da Crônica", em que
lê seus textos diariamente, às
13h55 e às 20h, na Cultura FM
(103,3 MHz, em SP), pode ir
para a TV Cultura, diz ele.
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