São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2004

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MÚSICA

Rapper apresenta-se hoje no Credicard Hall, em SP; amanhã e sábado, toca em festival no Rio e em Florianópolis

Preços "elitizam" hip hop de Snoop Dogg

THIAGO NEY
DA REDAÇÃO

Com ou sem fotografia, com ou sem impressões digitais tiradas pela Polícia Federal, Snoop Dogg, um dos principais nomes do hip hop mundial, realiza hoje show inédito em São Paulo.
Snoop será o primeiro artista dos EUA a se apresentar no Brasil após a polêmica decisão judicial que determina a identificação de cidadãos norte-americanos que chegam ao país. A Procuradoria Geral da Prefeitura do Rio tentava derrubar a medida até o fechamento desta edição.
Snoop Dogg desembarca em Cumbica às 7h18. O show -com preços mais salgados que aqueles praticados entre a comunidade rapper paulista- acontece no Credicard Hall. Amanhã e sábado, ele toca no festival Hip Hop Manifesta, no Rio e em Florianópolis (leia textos nesta página).
Snoop tornou-se conhecido pelos adolescentes do planeta no início da década de 90 após sua participação em dois discos essenciais do hip hop. Em 1992, ele foi parceiro de Dr. Dre em "The Chronic"; no ano seguinte, estreou em disco solo com o irrepreensível "Doggystyle".
Era o auge do gangsta rap, estilo em que batidas pesadas de funk embalavam rimas que glorificavam a violência, brigas de gangues e letras machistas.
Recheado por hits como "Who Am I (What's My Name)?", "Murder Was the Case" e "Gin and Juice", "Doggystyle" chegou ao primeiro lugar da parada dos Estados Unidos e vendeu mais de 5 milhões de cópias.
Snoop seguiu produzindo discos -o sexto, "Paid tha Cost to Be da Bo$$", lançado aqui em 2002-, mas que não chegam perto do brilho de "Doggystyle".
O gangsta rap de Snoop parecia, na época, ser inspirado na própria vida do cantor. Nascido em outubro de 1972, em Los Angeles, Snoop (ou Calvin Broadus) foi preso algumas vezes na adolescência por porte de drogas. Em 93, foi detido após o assassinato de Phillip Woldermarian.
Os tiros foram disparados pelo guarda-costas de Snoop, de um carro que estava sendo dirigido pelo cantor. Snoop alegou que seu guarda-costas agiu em legítima defesa. Foi inocentado em decisão da Justiça em 1996.
No mesmo ano, o cantor deixou a gravadora Death Row e foi para a No Limit Records. A mudança enfureceu o dono da Death Row, Suge Knight, que chegou a ameaçar Snoop de morte.
As ameaças preocuparam Snoop a ponto de o rapper contratar uma equipe de ex-policiais para fazer sua segurança.
Snoop chegou a participar, como ator e produtor de filmes B de Hollywood -alguns deles abertamente pornográficos.
Recentemente, terminou as filmagens de "Starsky & Hutch", com Ben Stiller e Owen Wilson. Snoop interpreta um informante que ajuda a dupla de policiais.

Exigências
Entre as exigências de Snoop para tocar no Brasil estão garrafas de conhaques Hennesy e de champanhe Cristal e cervejas mexicanas. A produção nega que o cantor tenha pedido 12 garotas de programa para acompanhá-lo.


SNOOP DOGG. Onde: Credicard Hall (av. Nações Unidas, 17.955, SP, tel. 0/xx/11/ 6846-6010). Quando: hoje, às 21h30. Quanto: de R$ 40 a R$ 120.


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