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MÚSICA
Rapper apresenta-se hoje no Credicard Hall, em SP; amanhã e sábado, toca em festival no Rio e em Florianópolis
Preços "elitizam" hip hop de Snoop Dogg
THIAGO NEY
DA REDAÇÃO
Com ou sem fotografia, com ou
sem impressões digitais tiradas
pela Polícia Federal, Snoop Dogg,
um dos principais nomes do hip
hop mundial, realiza hoje show
inédito em São Paulo.
Snoop será o primeiro artista
dos EUA a se apresentar no Brasil
após a polêmica decisão judicial
que determina a identificação de
cidadãos norte-americanos que
chegam ao país. A Procuradoria
Geral da Prefeitura do Rio tentava
derrubar a medida até o fechamento desta edição.
Snoop Dogg desembarca em
Cumbica às 7h18. O show -com
preços mais salgados que aqueles
praticados entre a comunidade
rapper paulista- acontece no
Credicard Hall. Amanhã e sábado, ele toca no festival Hip Hop
Manifesta, no Rio e em Florianópolis (leia textos nesta página).
Snoop tornou-se conhecido pelos adolescentes do planeta no início da década de 90 após sua participação em dois discos essenciais do hip hop. Em 1992, ele foi
parceiro de Dr. Dre em "The
Chronic"; no ano seguinte, estreou em disco solo com o irrepreensível "Doggystyle".
Era o auge do gangsta rap, estilo
em que batidas pesadas de funk
embalavam rimas que glorificavam a violência, brigas de gangues e letras machistas.
Recheado por hits como "Who
Am I (What's My Name)?",
"Murder Was the Case" e "Gin
and Juice", "Doggystyle" chegou
ao primeiro lugar da parada dos
Estados Unidos e vendeu mais de
5 milhões de cópias.
Snoop seguiu produzindo discos -o sexto, "Paid tha Cost to Be
da Bo$$", lançado aqui em
2002-, mas que não chegam perto do brilho de "Doggystyle".
O gangsta rap de Snoop parecia,
na época, ser inspirado na própria
vida do cantor. Nascido em outubro de 1972, em Los Angeles,
Snoop (ou Calvin Broadus) foi
preso algumas vezes na adolescência por porte de drogas. Em
93, foi detido após o assassinato
de Phillip Woldermarian.
Os tiros foram disparados pelo
guarda-costas de Snoop, de um
carro que estava sendo dirigido
pelo cantor. Snoop alegou que seu
guarda-costas agiu em legítima
defesa. Foi inocentado em decisão
da Justiça em 1996.
No mesmo ano, o cantor deixou
a gravadora Death Row e foi para
a No Limit Records. A mudança
enfureceu o dono da Death Row,
Suge Knight, que chegou a ameaçar Snoop de morte.
As ameaças preocuparam
Snoop a ponto de o rapper contratar uma equipe de ex-policiais
para fazer sua segurança.
Snoop chegou a participar, como ator e produtor de filmes B de
Hollywood -alguns deles abertamente pornográficos.
Recentemente, terminou as filmagens de "Starsky & Hutch",
com Ben Stiller e Owen Wilson.
Snoop interpreta um informante
que ajuda a dupla de policiais.
Exigências
Entre as exigências de Snoop
para tocar no Brasil estão garrafas
de conhaques Hennesy e de
champanhe Cristal e cervejas mexicanas. A produção nega que o
cantor tenha pedido 12 garotas de
programa para acompanhá-lo.
SNOOP DOGG. Onde: Credicard Hall (av.
Nações Unidas, 17.955, SP, tel. 0/xx/11/
6846-6010). Quando: hoje, às 21h30.
Quanto: de R$ 40 a R$ 120.
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