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BUENOS AIRES
Teatro Colón
recupera
seu arquivo
MAURÍCIO SANTANA DIAS
de Buenos Aires
O arquivo sonoro do teatro Colón, dado por perdido há mais de
20 anos, foi finalmente encontrado
no apartamento de um ex-funcionário da Rádio Municipal de Buenos Aires, Carlos Garde.
São mais de 300 obras -entre
óperas e concertos- gravadas no
Colón de 1936 a 1976. O material,
que está na Justiça e ainda não foi
divulgado ao público, deve guardar um tesouro artístico, já que o
Colón, nesse período, foi a principal sala de concerto e teatro lírico
da América Latina.
Sabe-se que estão ali, por exemplo, uma versão de 1936 da ópera
"Lohengrin", de Richard Wagner,
e a voz de María Callas em "Norma", gravada em 1949.
Além disso, o arquivo deve guardar as interpretações de maestros
como Arturo Toscanini, Wilhelm
Furtwangler e Frits Busch; dos solistas Arthur Rubinstein, Claudio
Arrau e Yehudi Menuhin; e dos
cantores líricos Beniamino Gigli,
María Caniglia, Hans Hotter, Jessye Norman, Plácido Domingo, entre outros.
As gravações dos espetáculos no
Colón começaram a ser feitas em
1925, pela Rádio Municipal de Buenos Aires, que mantinha seu estúdio dentro do teatro.
A busca dos arquivos começou
há mais de seis anos, quando Francisco José Armentano, ex-metalúrgico de 64 anos, foi aos arquivos do
Colón procurar gravações do tenor
italiano Tito Schipa -a pedido do
filho do cantor, que estava escrevendo uma biografia sobre o pai.
Armentano descobriu que não
havia registro de nenhuma das
obras interpretadas no teatro entre
os anos 30 e 60 e, a partir de então,
passou a investigar o caso.
Depois de muitas peripécias, o
arquivo foi localizado no apartamento de Carlos Garde, ex-funcionário da Rádio Municipal, que
vendia as fitas magnéticas e discos
de acetato a colecionadores e gravadoras piratas. Por determinação
da Justiça, o arquivo deverá voltar
em breve ao teatro Colón.
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