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ANÁLISE
"Bate-cabelo" é grande arma da cantora
VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais brilhantes do que os
cristais e os paetês, mais sensuais do que os bodies de couro,
mais selvagens do que as estampas de onça, mais abusados
do que o mais escandaloso dos
microvestidos, ou seja, mais
importantes do que todos os
looks assinados pelo estilista
Thierry Mugler. Está nos cabelos a grande chave para decifrar
a alquimia visual de Beyoncé.
Para o show de SP, a diva-furacão mandou enrolar as madeixas, que ficaram mais vivas e
hipnóticas. Vestindo o famoso
body cravejado de cristais com
que abre os shows da turnê "I
am...", Beyoncé chicoteia o ar
-a cabeleira acompanha a vibração e os movimentos frenéticos da coreografia. O dourado
da roupa e da iluminação se reflete nos fios, que ganham vida
própria. É o único momento do
show que pode ser fotografado.
De tão sexies e atrevidos, os
cabelos precisam ser cobertos
por um véu quando Beyoncé
canta sua versão de "Ave Maria". Quando ela aparece de capa e collant brancos, resplandecente feito uma Iemanjá pop à
frente do mar projetado no telão, são os cabelos que imitam o
balanço das ondas.
Em outra projeção, a musa
interpreta um robô triste, de
corpo metalizado, coisificado e,
é claro, sem nenhum fiozinho
na cabeça. Mas, na sequência, o
robô entra numa transa de mutação com uma onça e Beyoncé
reaparece, em carne, osso e top
metálico, toda estampada de
bicho e com o cabelão eriçado-
uma força da natureza.
Os cabelos da bonitona, dizem, não são totalmente naturais: parte deles seria feita de
apliques de extensão. Mas, de
qualquer maneira, a força da
cabeleira vem das raízes, que
estão lá firmes, crespas e fortes.
Para fazer frente a uma juba
tão poderosa que causaria inveja ao próprio Sansão, só mesmo
as curvas perigosas que Deus e
uma dura rotina de malhação
deram à moça. Haja Deréon
(grife de roupas da mãe de Beyoncé) para tão generoso derrière. Nesta turnê especificamente, Thierry Mugler resolveu bem a equação do corpo escultural da cantora num figurino luxuoso, cheio de brilho e
sempre em harmonia com o
conjunto da apresentação.
Figurino de primeira, curvas
explosivas e um "bate-cabelo"
pra ninguém botar defeito. Madonna, com todo o respeito que
merece, já ficou um passo atrás.
E aí, Lady Gaga, vai encarar?
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