São Paulo, segunda-feira, 08 de fevereiro de 2010

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ANÁLISE

"Bate-cabelo" é grande arma da cantora

VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais brilhantes do que os cristais e os paetês, mais sensuais do que os bodies de couro, mais selvagens do que as estampas de onça, mais abusados do que o mais escandaloso dos microvestidos, ou seja, mais importantes do que todos os looks assinados pelo estilista Thierry Mugler. Está nos cabelos a grande chave para decifrar a alquimia visual de Beyoncé.
Para o show de SP, a diva-furacão mandou enrolar as madeixas, que ficaram mais vivas e hipnóticas. Vestindo o famoso body cravejado de cristais com que abre os shows da turnê "I am...", Beyoncé chicoteia o ar -a cabeleira acompanha a vibração e os movimentos frenéticos da coreografia. O dourado da roupa e da iluminação se reflete nos fios, que ganham vida própria. É o único momento do show que pode ser fotografado.
De tão sexies e atrevidos, os cabelos precisam ser cobertos por um véu quando Beyoncé canta sua versão de "Ave Maria". Quando ela aparece de capa e collant brancos, resplandecente feito uma Iemanjá pop à frente do mar projetado no telão, são os cabelos que imitam o balanço das ondas.
Em outra projeção, a musa interpreta um robô triste, de corpo metalizado, coisificado e, é claro, sem nenhum fiozinho na cabeça. Mas, na sequência, o robô entra numa transa de mutação com uma onça e Beyoncé reaparece, em carne, osso e top metálico, toda estampada de bicho e com o cabelão eriçado- uma força da natureza.
Os cabelos da bonitona, dizem, não são totalmente naturais: parte deles seria feita de apliques de extensão. Mas, de qualquer maneira, a força da cabeleira vem das raízes, que estão lá firmes, crespas e fortes.
Para fazer frente a uma juba tão poderosa que causaria inveja ao próprio Sansão, só mesmo as curvas perigosas que Deus e uma dura rotina de malhação deram à moça. Haja Deréon (grife de roupas da mãe de Beyoncé) para tão generoso derrière. Nesta turnê especificamente, Thierry Mugler resolveu bem a equação do corpo escultural da cantora num figurino luxuoso, cheio de brilho e sempre em harmonia com o conjunto da apresentação.
Figurino de primeira, curvas explosivas e um "bate-cabelo" pra ninguém botar defeito. Madonna, com todo o respeito que merece, já ficou um passo atrás. E aí, Lady Gaga, vai encarar?


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