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'Projetos pararam por teimosia'
da Sucursal do Rio
O presidente da Funarte, Márcio
Souza -que teve seu nome confirmado na última semana pelo ministro da Cultura, Francisco Weffort, por mais quatro anos-, disse
que o motivo de vários projetos
culturais da instituição terem deixado de ser realizados foi a "teimosia" de alguns funcionários.
Segundo Souza, houve discordância entre ele e os responsáveis
pela execução dos projetos. No seu
entender, esses funcionários tinham uma visão ultrapassada das
finalidades da Funarte.
"Alguns projetos não foram realizados não por falta de dinheiro,
mas por teimosia de alguns funcionários que já "rodaram' em seus
cargos. Eles têm o que eu chamo de
síndrome do general Geisel", disse,
referindo-se ao ex-presidente, que
governou de 1974 a 1979.
Para ele, as pessoas que têm essa
"síndrome" se "acostumaram com
a época em que a Funarte tinha milhões em recursos e, talvez para
compensar a censura aos artistas,
soltava muito dinheiro".
"Eles faziam um programa com
tudo pago, o artista não corria nenhum tipo de risco. Até foi um momento importante, mas hoje não
tem sentido. Não posso financiar
as viagens, a produção dos shows e
ainda pagar cachês aos artistas como alguns funcionários queriam.
Quem não concordar com a política da instituição tem de sair."
O presidente da Funarte estranhou que na relação de empenhos
destinados à atividade fim constem dois itens de R$ 51.256,16 cada, comprando uma mesa estilo
"Le Corbusier" para seu gabinete.
"Com certeza isso não é referente
à compra da mesa, mas à reforma
do gabinete inteiro e do andar. Vamos trocar carpetes e móveis."
"Não sei por que a administração
usou dinheiro desses R$ 6 milhões
(destinados ao incentivo das artes
e da cultura). Eu teria de chamar o
diretor para explicar. De repente
ele usou verbas de outra fontes,
convênios e associações de amigos
para financiar projetos da atividade fim e compensar."
(AL)
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