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São Paulo, sábado, 08 de março de 2003

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TEATRO

Seis grupos paulistanos embrionários do Arte contra a Barbárie lançam jornal alternativo com distribuição gratuita

"O Sarrafo" quer debater política e teoria

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Seis companhias paulistanas se articularam para materializar no papel um espaço de reflexão sobre política cultural, estética e teoria em "O Sarrafo - Teatro em Debate", jornal "pau-pra-toda-obra", como consta no expediente. O lançamento é segunda-feira.
A iniciativa é do Ágora -Centro para Desenvolvimento Teatral, Cia. do Latão, Folias d'Arte, Fraternal Cia. de Arte e Malas-Artes, Parlapatões e Teatro da Vertigem.
Trata-se de um tablóide mensal de 12 páginas, tiragem de 10 mil exemplares e distribuição gratuita para escolas, universidades, salas de teatro etc. Em seu primeiro número, "O Sarrafo" traz um "furo": o embrião de uma peça de Oswald de Andrade (1890-1954).
"Salvo engano, nunca foi publicada, nem sequer citada. Difícil precisar sua data. Seu assunto, o mesmo de "O Rei da Vela", é a agiotagem", escreve o diretor Sérgio de Carvalho, 36, da Cia. do Latão, referindo-se ao texto raro garimpado no arquivo da Unicamp.
Carvalho batizou-o "Fragmento Garcia", citação ao empregado que dialoga com seu patrão, Silva, um agiota português. Segundo ele, o esboço "não tem a precisão verbal do poeta, mas vibra de patetismo realista".
O jornal traz ainda depoimento do cenógrafo e diretor Gianni Ratto e artigos da professora de crítica literária na USP Iná Camargo Costa e do pesquisador Alexandre Matte. Há uma entrevista-debate com os secretários de Cultura Celso Frateschi (municipal), Cláudia Costin (estadual) e Sérgio Mamberti (secretário de Artes Cênicas e Música do MinC).
Entre os pontos comuns, os grupos frequentaram reuniões do Arte contra a Barbárie, mobilização da classe teatral que culminou com a criação, em 2002, do Programa Municipal de Fomento ao Teatro.
Com exceção dos Parlapatões, os demais foram beneficiados na primeira edição do Fomento, o que permitiu cotizar os custos do jornal (R$ 4,8 mil por edição).
"Nos sentíamos arrastados da história", diz Marco Antônio Rodrigues, 47, do Folias d'Arte. Para o diretor da Fraternal, Ednaldo Freire, 54, "O Sarrafo" se propõe a ser, também, "um diferencial para a cobertura de teatro feita pela grande imprensa".
"Temos a preocupação de formar um público crítico", afirma o ator e diretor Hugo Possolo, 40, dos Parlapatões. Cada uma das seis companhias terá seu espaço cativo no jornal, "mas não serão marqueteiros de si", diz Possolo.


O SARRAFO - TEATRO EM DEBATE.
Lançamento dia 10/3, às 20h. Onde: restaurante Domani Gastronomia (r. Peixoto Gomide, 2.002, tel. 0/xx/11/ 3171-3727). Na internet: www.jornalsarrafo.com.br (em construção).


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