|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TEATRO
Seis grupos paulistanos embrionários do Arte contra a Barbárie lançam jornal alternativo com distribuição gratuita
"O Sarrafo" quer debater política e teoria
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Seis companhias paulistanas se
articularam para materializar no
papel um espaço de reflexão sobre
política cultural, estética e teoria
em "O Sarrafo - Teatro em Debate", jornal "pau-pra-toda-obra",
como consta no expediente. O
lançamento é segunda-feira.
A iniciativa é do Ágora -Centro
para Desenvolvimento Teatral,
Cia. do Latão, Folias d'Arte, Fraternal Cia. de Arte e Malas-Artes,
Parlapatões e Teatro da Vertigem.
Trata-se de um tablóide mensal
de 12 páginas, tiragem de 10 mil
exemplares e distribuição gratuita
para escolas, universidades, salas
de teatro etc. Em seu primeiro número, "O Sarrafo" traz um "furo":
o embrião de uma peça de Oswald
de Andrade (1890-1954).
"Salvo engano, nunca foi publicada, nem sequer citada. Difícil
precisar sua data. Seu assunto, o
mesmo de "O Rei da Vela", é a
agiotagem", escreve o diretor Sérgio de Carvalho, 36, da Cia. do Latão, referindo-se ao texto raro garimpado no arquivo da Unicamp.
Carvalho batizou-o "Fragmento
Garcia", citação ao empregado
que dialoga com seu patrão, Silva,
um agiota português. Segundo
ele, o esboço "não tem a precisão
verbal do poeta, mas vibra de patetismo realista".
O jornal traz ainda depoimento
do cenógrafo e diretor Gianni
Ratto e artigos da professora de
crítica literária na USP Iná Camargo Costa e do pesquisador
Alexandre Matte. Há uma entrevista-debate com os secretários de
Cultura Celso Frateschi (municipal), Cláudia Costin (estadual) e
Sérgio Mamberti (secretário de
Artes Cênicas e Música do MinC).
Entre os pontos comuns, os
grupos frequentaram reuniões do
Arte contra a Barbárie, mobilização da classe teatral que culminou
com a criação, em 2002, do Programa Municipal de Fomento ao
Teatro.
Com exceção dos Parlapatões,
os demais foram beneficiados na
primeira edição do Fomento, o
que permitiu cotizar os custos do
jornal (R$ 4,8 mil por edição).
"Nos sentíamos arrastados da
história", diz Marco Antônio Rodrigues, 47, do Folias d'Arte. Para
o diretor da Fraternal, Ednaldo
Freire, 54, "O Sarrafo" se propõe a
ser, também, "um diferencial para a cobertura de teatro feita pela
grande imprensa".
"Temos a preocupação de formar um público crítico", afirma o
ator e diretor Hugo Possolo, 40,
dos Parlapatões. Cada uma das
seis companhias terá seu espaço
cativo no jornal, "mas não serão
marqueteiros de si", diz Possolo.
O SARRAFO - TEATRO EM DEBATE.
Lançamento dia 10/3, às 20h. Onde:
restaurante Domani Gastronomia (r.
Peixoto Gomide, 2.002, tel. 0/xx/11/
3171-3727). Na internet: www.jornalsarrafo.com.br (em construção).
Texto Anterior: "O século XXI - Socialismo ou barbárie?": Filósofo aponta para EUA socialista Próximo Texto: Trecho Índice
|