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Escritor viu fenômeno, diz Wisnik
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de apresentar as
músicas que Machado ouvia, a programação da ABL
terá a participação do pesquisador e compositor José Miguel Wisnik, que faz
palestra no dia 1º de julho.
O estudioso é autor do
ensaio "Machado Maxixe"
e tem uma teoria inovadora sobre a relação do autor
com a música. "Machado
detectou de forma pioneira um fenômeno, o modo
como a música popular
passou a ter um papel devastador, tomando lugar
da erudita e até da escrita
na cultura brasileira", diz.
Wisnik baseia-se no
conto "Um Homem Célebre", em que o protagonista, Pestana, é um compositor de polcas que, sempre
que tenta compor obras
eruditas, acaba produzindo outras polcas.
Para Wisnik, Pestana
não é um compositor banal que quer ser culto, mas
um músico genial que representa um traço singular da cultura brasileira, o
cruzamento entre popular
e erudito. "Isso atravessa
todo o nosso século 20. O
"complexo de Pestana" pode ser percebido em Chico
Buarque, um compositor
popular e ao mesmo tempo um romancista."
(SC)
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